A água que abastece a freguesia de Valdanta, que inclui as aldeias do Cando, Granjinha e Abobeleira, tem duas origens: um furo, feito pela Junta, e a rede camarária. Por dia, a autarquia flaviense bombeia para o depósito da freguesia 150 metros cúbicos. No Inverno, esta quantidade de água satisfaz perfeitamente as necessidades da população. No entanto, na época de Verão, a situação complica-se. As falhas de fornecimento são constantes, e as reclamações dos moradores, sobretudo dos que residem nas zonas mais altas, sucedem-se.

Para a presidente da Junta, a socialista Ana Maria, o problema está na quantidade da água, que diz não ser \"suficiente para esta gente toda\". Recorde-se que a esta freguesia tem crescido de modo considerável. Mas a autarca refere também que \"as pessoas deviam mentalizar-se que não estamos em tempo de desperdiçar água\", deixando transparecer com estas palavras que existirão habitantes que utilizam o líquido para outros fins que não os estritamente necessários.

O vereador da Câmara Municipal de Chaves responsável por esta matéria, Carlos França, pelo contrário, entende que o volume da água existente seria suficiente para aquela população se o consumo fosse feito dentro dos padrões \"normais\" e se fosse apenas utilizada para fins como alimentação e higiene. Porém, não será bem assim. O vereador admite que existam \"desvios\" de água, feitos antes desta entrar nos contadores. Além disso, no seu entender, existe um consumo \"exagerado\". Pelos seus cálculos, diariamente, cada pessoa gasta cerca de 200 litros. Isto partindo do princípio que os 232 contadores de água instalados na freguesia correspondem a uma média de mil habitantes (quatro por contador) e partindo do princípio que o furo da Junta debita, por dia, 40/50 metros cúbicos. A juntar a estas causas, o autarca admite também que possam existir \"fugas naturais\", motivadas pelo estado das condutas. Situações que Carlos França considera \"difíceis\" de detectar.

No entanto, para já, a falta de água em Valdanta vai continuar, pois, neste momento, conforme confirmou o vereador \"a autarquia não tem possibilidade de bombear mais\".

Mas, a médio prazo, a situação poderá ser alterada. Na semana passada a Câmara encomendou um estudo geológico para apurar a possibilidade de vir a ser feito mais um furo na freguesia.

A possível construção de uma captação de água em Nantes durante este Inverno, para abastecer o bairro da Translar, também poderá permitir resolver o problema de Valdanta, pois, dessa forma a Câmara passaria a ter mais água disponível para bombear para aquela freguesia.



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