No passado fim-de-semana, o folar foi rei em duas localidades transmontanas: em Valpaços, no distrito de Vila Real, e em Izeda, no de Bragança. Apesar da dimensão dos certames ser algo diferente, as expectativas da organização de ambas as feiras foram "ultrapassadas".

Segundo as contas do presidente da Câmara de Valpaços, Francisco Tavares, deveriam ter visitado o certame cerca de 50 mil pessoas, ou seja, o dobro, das esperadas. E foram vendidos cinquenta mil quilos de folar, mais tinta mil que na edição anterior. O autarca valpacense destaca ainda o facto de ter havido uma "grande adesão" aos restaurantes que se encontravam instalados no local e que serviam as especialidades típicas da região. "Houve restaurantes a servir cerca de 500 refeições por dia", precisou Francisco Tavares.

O único contratempo com que o autarca se deparou foi o facto de não ter conseguido anunciar, como pretendia, a obtenção da certificação do folar de Valpaços. Um processo que, contudo, deverá ficar concluído em Abril.

Em curso está também o processo de certificação do folar de Izeda. Este certame, organizado pela Associação de Desenvolvimento da Região de Izeda (ADRI), também voltou a ser "um sucesso", segundo a organização. O número de expositores, em termos de artesanato, "triplicou", houve "mais folares", e os 25 pavilhões (interiores) tiveram "mais qualidade", como sublinhou o presidente da ADRI, Amílcar Maurício, que estima que a venda do folar este ano terá rondado os 400 quilos, mais cem do que no ano passado. A afluência de visitantes, confirma o dirigente associativo, também subiu, sendo mais de 2500 as entradas contabilizadas.

A organização do certame espera, contudo, que a procura do folar de Izeda, que está já a ser comercializada numa grande superfície, ganhe contornos diferentes no futuro. Ou seja, depois de obter a certificação. Os requisitos para a certificação são já conhecidos, e vão da cozedura em forno a lenha à carne utilizada para a guarnição da especialidade pascal. Aqui a opção deverá ser por uma carne já certificada, e Amílcar Maurício avança mesmo que o porco bísaro está a ser ponderado para o efeito, embora a respectiva associação de criadores ainda não tenha sido contactada, um passo que, no entanto, já planeia. Amílcar Maurício está convencido que a certificação "não será difícil" e confirma mesmo que há já produtores preparados para aceder ao rótulo de qualidade. A posterior venda pela Internet é já uma das formas de escoamento do produto que está ser ponderada pela ADRI.

Para além do artesanato e dos folares, a feira também se fez com as indústrias da região, que partilharam o espaço exterior da Escola EB 2,3 de Izeda, que acolheu o certame, e com os representantes de alfaias agrícolas, uma presença que leva Amílcar Maurício a considerar esta "uma boa oportunidade para a agricultura da região", tanto pelos "contactos" que aí se estabelecem, como pelas "demonstrações" que aí se fazem.

Na animação, tal como no artesanato, a aposta foi para os recursos da região e para a música popular, havendo a registar uma excepção, que foi simultaneamente uma novidade: o páraquedismo de exibição, num espectáculo levado a efeito pelo Paraclube da Maia.

Outra novidade, já avançada para a edição do próximo ano, é que as aldeias vizinhas de Izeda deverão ser convidadas a levarem para o certame os seus produtos regionais.



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