O Eixo Atlântico anunciou hoje que pretende lançar um catálogo da oferta turística na Eurorregião Galiza - Norte de Portugal, no âmbito de uma estratégia comum para a recuperação do setor no período pós covid-19.

A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas que estão a ser pensadas para o setor do turismo que é um dos mais afetados pela pandemia.

Em comunicado, aquela entidade transfronteiriça adianta que reuniu 43 representantes dos municípios que compõem o Eixo Atlântico para discutir os desafios e oportunidades do turismo no período pós covid-19, considerando que o setor será "um dos últimos a sair da crise".

Entre as principais conclusões da reunião do Grupo de Trabalho de Turismo do Eixo Atlântico, que decorreu no dia 28 de abril, destaca-se o reforço do papel do Eixo Atlântico como promotor da eurorregião e a necessidade na aposta do reforço da imagem do turismo de proximidade como um turismo seguro e "mais acessível num momento de dificuldades económicas".

Neste contexto, o Eixo Atlântico decidiu promover um catálogo da oferta turística dos municípios da Eurorregião Galiza - Norte de Portugal, um produto que descrevem como "novo e criativo".

Segundo aquele organismo, este catálogo deverá promover, para além das cidades, a sua envolvente, explorando as possibilidades de ligação numa oferta unificada.

No âmbito das conclusões desta reunião, destaca-se ainda a importância da digitalização da oferta como uma das chaves de futuro e o reforço da formação e da comunicação, com ações cruzadas entre os diferentes territórios.

Foi ainda aprovado o contributo do Eixo Atlântico para a mensagem que está a ser preparada pelos sócios do projeto europeu de cooperação transfronteiriça EPICAH, no sentido de apelar ao estabelecimento de uma política integrada de turismo e à criação de uma linha dedicada para apoio à reconstrução do setor do turismo.

Este contributo, como o dos restantes sócios do projeto EPICAH, serão tidos em conta na elaboração de um documento conjunto que será debatido nas próximas semanas e enviado às instituições europeias com o objetivo de "reclamar que se conceda ao turismo a relevância que merece, também à escala de políticas e ajudas europeias".

"O turismo transfronteiriço e de qualidade é a opção que no futuro imediato, mas não só, pode abrir a porta da recuperação deste setor que terá que se reinventar a curto e médio prazo para assegurar a sua sobrevivência e a dos que dele dependem", assinala aquele organismo.

De acordo com os dados revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), quase 80% dos alojamentos turísticos em Portugal registaram cancelamentos de reservas agendadas para o período de março a agosto deste ano, a maioria devido à pandemia de covid-19.

A Região Autónoma da Madeira foi a que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (90,6% dos estabelecimentos e 98,6% da capacidade oferecida), seguindo-se os Açores (89,9% e 96,8%, respetivamente), a Área Metropolitana de Lisboa (85,0% e 94,4%, pela mesma ordem) e o Algarve (82,2% e 92,7%, respetivamente).

Ainda de acordo com o INE, as dormidas em alojamento turístico terão recuado 58,5% e os hóspedes terão diminuído 49,4% em março face ao mês homólogo do ano passado, impactados pelos efeitos da pandemia e do período de Carnaval.

 



PARTILHAR:

Vinhais investe 20 mil euros em material informático para alunos

Câmara, empresas e privados facultam computadores a alunos de Vila Real