Os produtores de leite da região transmontana do planalto mirandês mostram-se preocupados com o futuro das suas explorações leiteiras e ameaçam «deitar o leite à terra» como protesto pela diminuição do preço que é pago.

Os agricultores afectos à Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês ameaçam \"deitar o leite à terra\" como forma de protesto devido à diminuição verificada no preço pago por litro daquele produto e consequente falta de escoamento.

Os produtores de leite da região transmontana do planalto mirandês mostram-se preocupados em relação ao futuro das suas explorações leiteiras. Os homens da terra ameaçam numa acção de protesto \"derramar o leite\" para que não fique nos tanques das vacarias por não terem hipótese de o comercializar.

\"Há 38 produtores leiteiros da região que a partir de próximo dia 1 de Novembro não terão a quem entregar o leite, já que a empresa espanhola que actualmente faz a recolha vai abandonar a actividade na região\" garantiu, ao JN, Higino Ribeiro, presidente daquela associação de produtores.

O risco de o leite ficar nos tanques é eminente, o que está a deixar os homens da terra desanimados, já que o leite é a principal fonte de rendimento de grande parte da agricultura daquela região.

\" A situação é desastrosa, os produtores que vendiam o leite a algumas empresas espanholas vão ficar sem recolha, as entidades oficiais não dão uma resposta a este problema. Isto é apenas um começo para a crise de avultadas dimensões no sector,\" afiançou o responsável.

Os agricultores são unânimes, \"o preço do leite que varia na região entre os 27 e os 34 cêntimos por litro não chega para pagar os factores de produção, havendo explorações em risco de falência\", dizem.

Por seu lado, António Marcos, presidente da Cooperativa Agrícola Sabordouro, com sede em Mogadouro, afina pelo mesmo diapasão, mas sempre vai avançando que os associados da cooperativa estão seguros, já que a venda do leite é feito à empresa Agros. Apesar de tudo, o responsável garante que \"a quebra no preço do leite verificada no último ano atinge os 15%\". \"Com a quebra no preço do leite, há produtos usados na agricultura que começam a ter menos escoamento como é caso de adubos \", diz.



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