A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) quer elevar a “Tesouro Nacional” os achados arqueológicos do Cabeça da Mina, em Vila Flor, decisão publicada hoje em Diário da República.

Trata-se de mais um passo no processo de classificação, iniciado em setembro de 2019, das 29 estelas decoradas encontradas no local e que testemunham a presença humana há milhares de anos no Vale da Vilariça, no distrito de Bragança.

Os achados já estavam classificados há 20 anos como de “Interesse Público” e a DGPC propõe agora ao Governo a “classificação como conjunto de interesse nacional (CIN), com a designação de “tesouro nacional”.

Desde a década de 1980 que escavações arqueológicas têm desenterrado testemunhos da presença humana datáveis do Calcolítico, cerca de três mil anos antes de Cristo, nesta colina.

Ao todo foram recolhidas 29 estelas (pedras) decoradas que a DGPC vai propor para classificação como “tesouro nacional”.

A proposta é dirigida à secretária de Estado adjunta e do Património Cultural e é fundamentada com os pareceres da Secção de Museus, da Conservação e Restauro e do Património Imaterial do Conselho Nacional de Cultura.

A proposta de classificação está disponível durante 30 dias para consulta pública e para os interessados se pronunciarem.

A DGPC justifica que a proteção e a valorização deste património arqueológico “representam valor cultural de significado para a nação”.

Há dois anos que a importância do local pode ser conhecida num Núcleo Interpretativo a funcionar num edifício construído pela Câmara de Vila Flor, financiado pelas medidas de compensação da Barragem do Tua e coordenado pela Direção Regional de Cultura do Norte.

O núcleo localizado na aldeia de Assares mostra alguns achados arqueológicos, reproduções e conteúdos com motivos de interesse do Cabeço da Mina que, por ocasião da inauguração, o presidente da Câmara, Fernando Barros, comparou a “um segundo Côa”.

O “Cabeço da Mina” está situado em terrenos privados numa pequena elevação do Vale da Vilariça, na margem direita sobranceira à ribeira do mesmo nome.

Também a esmagadora maioria das estelas se encontra na posse da família proprietária do terreno onde se situa o Cabeço da Mina.

A primeira pedra foi descoberta pelo patriarca ao lavrar os terrenos agrícolas e toda a história do local, dos achados e da região pode ser conhecida no Núcleo Interpretativo.



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