O município de Mirandela divulgou hoje conclusões de um relatório preliminar a uma auditoria financeira que revela que a divida real da autarquia é superior à registada na DGAL, em cinco a seis milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, a presidente da câmara de Mirandela, Júlia Rodrigues, disse que a dívida registada na Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL) é de cerca de 18 milhões de euros.

"Com os dados apresentados, a dívida do município poderá disparar para mais de 24 milhões de euros", contabilizou a autarca socialista.

Uma das preocupações apresentadas pela autarca prende-se com limite de endividamento do município, que anda na ordem dos 27 milhões euros.

"Como o limite de endividamento líquido anda na ordem dos 27 milhões de euros, ficamos com mais limitações para a gestão no futuro, que terá de ser redesenhado", observou Júlia Rodrigues, manifestando algum receio.

O Município de Mirandela, no distrito de Bragança, contratou os serviços de uma empresa externa especializada para analisar a gestão financeira das contas municipais no último mandato, em que o presidente da câmara era o social-democrata António Branco.

"Existe uma diferença de cerca de cinco a seis milhões de euros relativamente à dívida global que nos tinha sido apresentada pelo anterior executivo, vincou Júlia Rodrigues.

De resto, esta auditoria às contas do município foi uma primeiras medidas anunciadas por Júlia Rodrigues logo após a sua eleição.

"A ideia é auditar os procedimentos e os processos da câmara para conhecer a sua anterior gestão, tendo em vista a transparência para que os munícipes possam conhecer o ponto de situação em que o seu município se encontra", justificou.

Júlia Rodrigues admitiu que poderá haver alguns inquéritos internos para averiguar responsabilidades nas decisões tomadas, que podem levar a processos disciplinares ou denuncias nas entidades competentes.

"Depois de conhecido o relatório final, vamos fazer uma avaliação. Se houver casos que juridicamente justifiquem ponderamos avançar para ações em tribunal", enfatizou.

Para Júlia Rodrigues, esta auditoria passa a ser uma "ferramenta de trabalho", que faz um ponto da situação financeira da autarquia até 31 de outubro de 2017.

"Este instrumento de análise financeira, vai ajudar a implementar boas práticas de trabalho na autarquia, quer ao nível patrimonial ou outros em que temos de postar num registo efetivo dos bens municipais", concluiu.
Foto: António Pereira



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