Um barco movido a energia solar permite desde hoje e pela primeira vez realizar passeios na albufeira do Azibo, em Trás-os-Montes, e acrescentar um nova oferta turística ao local de veraneio mais procurado do Nordeste Transmontano.

Só com as características desta embarcação “totalmente” amiga do ambiente é possível concretizar o que até agora “era impensável” numa zona com o estatuto de Paisagem Protegida, disse à Lusa a responsável pelo projeto, Ângela Costa.

Com três saídas por dia e viagens programadas para grupos, o barco é o resultado de um investimento de 100 mil euros financiado por fundos comunitários.

Ângela e o marido já exploravam um negócio de carros a pedal e bicicletas nesta zona balnear que tem duas praias fluviais, uma das quais recentemente distinguida com o estatuto de “Praia Fluvial do Ano”.

Com a crescente procura dos últimos anos, o casal apercebeu-se de que “as pessoas procuravam explorar mais a natureza, a fauna, a flora” da albufeira.

Conheceram a empresa nacional que produz esta embarcação totalmente movida a energia solar e decidiram investir.

O marido morreu pouco dias antes de o projeto se concretizar e o barco tem o nome de ”Vitinho” em sua homenagem.

A embarcação é “0% poluente, silenciosa, não causa impacto ambiental e torna possível o que até há bem pouco tempo era impensável numa paisagem protegida, estes passeios numa embarcação”, como explicou Ângela.

O barco está licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Por dia estão programadas três saídas, com passeios mais curtos de uma hora e, numa parceria com o Geoparque Terras de Cavaleiros, passeios temáticos dedicados à observação de aves.

Nestes passeios é também possível “ter a noção do enquadramento geológico” desta zona no chamado “Umbigo do Mundo”, com vestígios geológicos de dois antigos continentes e um oceano.

As rochas são um dos atrativos, assim como a biodiversidade em locais inacessíveis de outra forma, nestes passeios de barco com capacidade para 12 pessoas.

A Albufeira do Azibo está inserida na área do Geopark Terras de Cavaleiros, território que pela sua singularidade integra a Rede Mundial de Geoparks da UNESCO.

Foto: António Pereira



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