O presidente da Câmara de Chaves mostrou-se hoje preocupado com a “diminuição significativa” do número de consultas presenciais nos cuidados primários, pedindo o seu aumento, e manifestou ainda dúvidas sobre a qualidade das mesmas.

Nuno Vaz falava aos jornalistas após uma reunião que promoveu hoje com a ministra da Saúde, Marta Temido, onde participaram, entre outros, um vogal do conselho de administração da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e todo conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), à qual pertence a unidade de Chaves, no distrito de Vila Real.

O autarca socialista sublinhou a necessidade de aumentar o número de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários, após a diminuição devido à pandemia de covid-19.

“Os centros de saúde têm feito consultas não presenciais, e temos dúvidas acerca da efetividade dessas consultas e dos resultados de saúde. Era importante aumentar o número de consultas presenciais”, sublinhou.

E manifestou ainda dúvidas sobre "a qualidade das consultas presenciais”.

“Temos alguns relatos que nos dizem que as consultas presenciais não são feitas, em muitos casos, nas condições adequadas, que acontecem em corredores, em espaços que não garantem a reserva e intimidade dos utentes, fundamental na relação entre doente e médico”, alertou.

Após a reunião ficou “o compromisso de perceber o que efetivamente está a acontecer e de aumentar a atividade de consulta presencial e melhorar a qualidade das consultas”.

Nuno Vaz apelou também para a necessidade de garantir no serviço de urgência do hospital de Chaves “uma resposta na área da pediatria” para que esse serviço possa “estar presente 24 horas por dia durante os sete dias da semana”.

“Foi-nos dito que já existe durante 24 horas em três dias da semana, mas temos de garantir os próximos quatro”, realçou, explicando que obteve como resposta que há “a procura de recursos humanos, concretamente para a contratação de pediatras, para que seja resolvida a questão”.

O presidente da Câmara de Chaves explicou que demonstrou ainda o desagrado pela suspensão de atividade cirúrgica na unidade hospitalar de Chaves e pediu um “critério de equidade na gestão”.

“Foi-nos dado nota que em alguns momentos, na atividade programada, o bloco operatório tinha sido suspenso e disse-mos [na reunião] que não percebemos qual é o critério de equidade de gestão, o critério clínico para que essa suspensão tenha afetado menos outras unidades, como a central, em Vila Real, e que tenha afetado Chaves”, atirou.

Após ter apontado para a importância de continuar a investir-se nos recursos humanos, Nuno Vaz disse que lhe foi comunicada a contratação de 2019 para 2020 de mais de 100 recursos humanos.

O autarca sublinhou, no entanto, que era fundamental ter acesso à “afetação desses recursos, como eles foram feitos a nível das três unidades”.

“Seria importante para que percebamos alguma equidade e igualdade, para que possamos fazer um acompanhamento próximo e atento”, vincou.

Para Nuno Vaz, quer a autarquia, quer a população, deve ter informação disponível para “criticar quando os serviços de saúde não são adequados às populações mas também reconhecer quando os serviços são de qualidade”.

E lembrou na reunião a área de influência da unidade hospitalar, a sub-região do Alto Tâmega, que tem cerca de 90 mil pessoas e é uma zona “envelhecida e com muitos problemas de mobilidade”.



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