Duas das estradas mais ambicionadas na região transmontana vão finalmente começar a ser construídas. O Governo assinou ontem, em Vila Flor, o contrato de concessão do Douro Interior que contempla a construção do IP2 e IC5. Este acto surge um ano depois de ter sido lançado o concurso público. A cerimónia contou com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino.

As obras foram atribuídas ao consórcio Aenor, liderado pela Mota-Engil que vai construir 262 quilómetros de estrada no valor de 826 milhões de euros, 11% inferior ao valor estimado no estudo de viabilidade que era de 927 milhões de euros.

A concessão do Douro Interior engloba cinco troços do IP2, entre Vale Benfeito, no concelho de Macedo de Cavaleiros e Celorico da Beira, no distrito da Guarda. Estão igualmente incluídos três lanços do IC5, entre o IP4, no Alto do Pópulo, e Miranda do Douro.

O primeiro-ministro reiterou que \"esta promessa cumpre-se porque é uma questão de justiça e de solidariedade\". \"Os distritos de Bragança e Vila Real, bem como o norte da Guarda estavam a ficar para trás porque não tinham acesso a uma rede de infra-estruturas rodoviárias que lhes permitisse ter uma boa economia ou qualidade de vida\" acrescenta José Sócrates.

O chefe de Governo considera ainda que este investimento também é importante para a economia regional e nacional pois \"podem servir para ajudar muita gente a ter emprego\".

Segundo as previsões do Governo, a concessão do Douro Interior vai gerar mais de 13 mil postos de trabalho.

A concessão do Douro Interior vai beneficiar directamente cerca de 330 mil habitantes dos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Alfandega da Fé, Mogadouro, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz CÎa, Meda, Trancoso e Celorico da Beira e a sua construção, deverá contribuir para a redução da sinistralidade rodoviária grave em cerca de 71%. As obras devem começar em Janeiro para estarem concluídas em finais de 2011.

Na deslocação a Trás-os-Montes José Sócrates inaugurou ainda a última de cinco barragens no Vale da Vilariça, que completa um plano de regadio aguardado há 40 anos pelos agricultores transmontanos.

Com a conclusão do plano para o aproveitamento hidroagrícola de um dos vales mais férteis do país, o Ministério da Agricultura prevê um aumento de 35% no valor das produções.



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