O presidente da Junta de Freguesia de Talhas, António Martins, está \"desiludido com os critérios adoptados pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros na gestão das verbas inscritas nos Planos de Actividades\". O autarca diz que a Câmara \"justificou o incumprimento da construção de arruamentos (para a qual estava inscrita no Plano de Actividades de 2002 uma verba de 19.485 euros) com a necessidade desse dinheiro para pagar obras que vinham do ano anterior\". E este ano António Martins teme que a autarquia \"volte a utilizar o mesmo argumento para não aplicar os 25 mil euros inscritos no Orçamento de 2003\".

Se na aldeia de Talhas já não há problemas no abastecimento de água e a situação do saneamento básico ficou completamente resolvida com a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), o mesmo já não diz António Martins relativamente à questão da urbanização, onde, segundo ele, ainda há 20 por cento de arruamentos por pavimentar. No entanto, o que mais o \"incomoda\" são os seis quilómetros de estrada entre Gralhós e Talhas. Por isso, como \"um dos mais antigos presidentes de Junta do concelho\", diz desde já que está disposto a \"quebrar a promessa\" de não voltar a recandidatar-se \"se a Câmara de Macedo não incluir no próximo Plano de Actividades a pavimentação\" desta via. \"Uma vez que o lamentável estado de degradação do seu piso, onde aparecem enormes clareiras sem alcatrão, não passou despercebido ao actual presidente da Câmara durante a campanha eleitoral de 2001\", António Martins \"acha bem\" que Beraldino Pinto \"cumpra a promessa, então assumida na aldeia como uma das prioridades do seu mandato, de colocar na estrada um novo tapete betuminoso\". Caso contrário, o presidente da Junta garante que estará \"na disposição de encarar, mais uma vez, o desafio de disputar eleições, em 2005\".

Obras \"necessárias\"

O facto da Câmara \"não ter ainda investido um euro na aldeia nestes dois últimos anos\" levou a Junta de Freguesia a procurar outras fontes de financiamento para obras. Foi nesse sentido que recorreu ao Instituto Financeiro de Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas (IFADAP), em 2002, para obter os 57 mil euros necessários para a retancha de pinheiros, limpeza de aceiros e abertura de caminhos florestais no pinhal da Cabeça Gorda. Com verbas próprias, a autarquia aplicou 100 mil euros para regularizar o leito de quatro ribeiros na freguesia.

Outra \"preocupação\" do presidente da Junta \"é o destino a dar aos talhões que a anterior Câmara adquiriu na aldeia para construir duas casas sociais, destinadas a alojar duas famílias que vivem em condições pouco dignas\". Os terrenos \"estão escriturados em nome da Câmara\", mas \"para justificar a sua falta de sensibilidade para os problemas sociais, a actual gestão camarária alega que em Talhas não há pobres\". No entanto, António Martins lembra que foi a identificação de casos de famílias que \"vivem em más condições\" que o levou a \"levantar o problema junto do anterior presidente da Câmara\".

O autarca está também preocupado com o facto de haver quatro idosos da freguesia internados nos lares de Bragança, Izeda e Outeiro. Na sua perspectiva, o Centro de Dia de Talhas poderia responder a estes e a outros casos de idosos que esperam por internamento se ali fossem construídos 10 quartos para o efeito.

António Martins destaca, contudo, a acção do Grupo Desportivo e Recreativo local na \"dinamização\" cultural e desportiva da população da aldeia. A sua direcção promove jogos populares, bem como a organização de torneios de futebol, onde, além do mais tradicional, para juniores e veteranos, pontifica o feminino.

Na \"política em prol da população\", António Martins enquadra a lista de serviços que presta a sede da Junta de Freguesia, onde funciona o posto médico, o salão para diversas acções (comícios, bailes, festas, casamentos e baptizados), incluindo as de formação profissional. O edifício dispõe ainda, além do gabinete do presidente da Junta, de uma divisão com material informático e uma fotocopiadora que tem servido de apoio à escola e à população em geral.



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