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Um cão na Casa Branca

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Um cão na Casa Branca

Desengane-se desde já aquele que deite para que se pretende dizer mal ou insultar quem em boa hora, digo eu, foi eleito para presidente dos Estados Unidos da América, no pensar de muitos um verdadeiro farol da civilização ocidental. Acontece que este artigo tem o título que se lê, porque assim deu ao seu escriba ao ser sabedor de que um cão dos de quatro patas vai para a Casa Branca, como se sabe, residência e escritório de quem lidera os EUA e mais os seus arredores, que são bem pode dizer-se, a grande parte do nosso planeta azul.
Mas não foi unicamente por isso, pois nem tal seria causa de novidade digna de registo. Sucede, e daí esta coisa, que o cão escolhido depois de apuradas diligencias, é nada mais nada menos do que um cão português. Também aqui se não insulta quem quer que seja. O animal escolhido pelos vistos, é que pertence à mui nobre e altiva raça canina chamada “ cão de água português”. Não sei se o dito é ou não misto de peixe, ou se é mais liquido que sólido, por ser de água, mas o certo é que à estirpe assim aludem os especialistas em assuntos canídeos, desses que levam para cima de uma fortuna a tratar tão ditosos bichos, que são muito melhor cuidados que milhões de seres humanos.

Sabida que foi a boa nova, logo ribombaram os foguetes nos adros televisivos, com reportagens de ar sério em assunto de lana-caprina. Só faltou que as trombetas soassem a festejar tão elevado acontecimento. Pelo conduzir do noticiário, mau patriota será aquele cuja barriga não se avolume de orgulho por tão impar feito. O sangue lusitano circula por entre as veias de um ser vivo nos corredores e nos jardins da Casa Branca. Quando os petizes do casal Obama puxarem o rabo ao canídeo ido da lusa pátria, qualquer um de nós deve sentir contentamento. Um afago inocente, terá então a abrangência de todo o Portugal. Que bonito!

Eu vi a notícia no rodapé da televisão, e ficou contente. Quase dei três pulos de alegria. Senti-me um português realizado. A sério. Finalmente a nação que deu novos mundos ao mundo, dá cinco séculos depois algo de encher o olho e de fazer roerem-se de inveja os seus inimigos, os espanhóis, que ainda os há a olharem-nos de soslaio e com sobranceria. Na tumba, onde vela por nós, D. Afonso Henriques deve mais uma vez ter sentido que valeu a pena indispor-se com a senhora sua mãe D. Teresa, para tornar independente de Castela este solo junto ao mar. No seu tempo, muito antes de haver astrólogas de pacotilha em programa da manhã com conversa para entreter tolos, já ele o mais certo é ter previsto que um dia, mais ano menos ano, viria a acontecer tal elevado desiderato.

Um cão nosso, mesmo que não seja o nosso cão, no meio lá daquela gente tão importante, é de dar orgulho mesmo aos que sofrem do mal da modéstia. Pena é que os tempos que correm não sejam já aqueles em que os animais falavam. Se ainda o fossem, então sim, era completa a satisfação. Saber que a língua de Camões, não a propriamente dita, mas o seu idioma, era ouvido no palco dos deuses do mundo, seria o máximo. Claro que falamos de um cão, mas que se saiba, eles também são filhos de Deus, mesmo que seja de um deus menor. Isto pelo menos ao que nós humanos julgámos como certo no nosso modo de ver.

Imagine o senhor ou a senhora que me lêem, os cuidados e os tratos de que vai ser alvo este nosso companheiro de território pátrio, e repare nos que milhares de seres da nossa espécie têm, e depois diga-me se for capaz, quem é ou não filho do tal deus menor. Isto para não irmos ao facto de haver países onde o ego colectivo se ergue com coisas como o desenvolvimento, ou como a cultura, enquanto noutros, esse elevar se faz com assuntos de polichinelo e com conversas para boi dormir. Já me ia esquecendo das bandeiras nas janelas de aqui há uns anos, que mesmo tendo sido aos milhões, não evitaram que lá pela América, afinal se tenha a ideia de que Portugal é na Espanha. Quase de certeza que a família Obama, futura que o cão de água português é espanhol. Com um jeitinho, ainda alguém vai descobrir que descende do Sancho Pancha, ou que é primo do seu burro. Santa ignorância.

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