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Sou da tal geração

Retrato de ana
Ana Soares

Sou da tal geração

Eu sou da tal geração. Da geração que agora é por todos falada, a “geração nascida em liberdade”. Nasci onze anos depois do 25 de Abril de 1974, o que me faz olhar para valores como a liberdade de expressão, de reunião, de imprensa e muitos mais como um dado adquirido, tendo a noção que são os Direitos que Portugal tomou como seus com a conquista do regime democrático, mas que muito há ainda por fazer para que os vivamos dia-a-dia. Por outro lado, a distância temporal que me separa da Revolução dos Cravos, permite que me veja livre dos tabus – e não são eles tão poucos – que ainda subsistem em Portugal.

Depois de uma tão falada geração rasca, veio uma geração que ainda não se sabe muito bem como apelidar. Somos uma geração que constantemente ouve apelos ao seu espírito irreverente e inconformista, mas que a sociedade olha de lado quando, como qualquer jovem que se preze, deitamos abaixo barreiras e pretendemos ir mais além.

Dos discursos da sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, tiveram especial destaque o do Presidente Cavaco Silva e do Deputado do PSD Paulo Castro Rangel. Relativamente a este último, muita tinta tem corrido. Eu limito-me a aplaudi-lo. 33 anos depois, já é hora que se concretize os ideais do 25 de Abril e que não nos limitemos a comemorar este dia, ano após ano, como mais um feriado, como uma comemoração do políticamente correcto. Aliás, haverá melhor homenagem ao Dia da Liberdade do que colocá-la em práctica? Penso que não... A não ser que se tema o resultado de discursos que vão para além da “pancadinha nas costas”, das meras palavras de circunstância.

Tendo eu estudado num Colégio Privado e frequentando agora uma Universidade Pública, não consigo compreender a volta que se tenta dar à História. Dois exemplos prácticos. Durante a escolaridade obrigatória, quantas referências que correspondam à realidade da descolonicação portuguesa são referidos? Porque é que o 25 de Novembro de 1975 não é referido? Haverá dúvidas que se a democracia portuguesa teve o seu início aquando do 25 de Abril de 1974, com a queda do regime ditatorial, mas que esta apenas se afirmou no 25 de Novembro de 1975, com a vitória dos valores realmente democráticos? Se é verdade que o 25 de Novembro não seria possível sem o 25 de Abril, não é menos verdade que o 25 de Abril de 74 sem o 25 de Novembro de 75 não seria relacionado com liberdade, já que foi este último que impediu que Portugal fosse, mais uma vez, conduzido para caminhos autoritários.

Um outro assunto que causa ainda (muito) mal-estar na nossa sociedade é a exigência de uma revisão constitucional que ponha finalmente de parte a vertente ideológica que a nossa Constituição ainda tem. Numa sociedade onde se concretizem os valores democráticos, não há imposição de modelos, sejam eles quais forem. Não sou socialista e não percebo porque é que a Constituição do meu País, no seu preâmbulo, apresenta como objectivo do povo português “Abrir caminho para uma sociedade socialista”. Afinal, se é a liberdade que se pretende, porque é que se colocam directrizes que bem se sabe que não são unanimes?

Orgulhosamente natural do Interior português, sinto-me a caminhar a passos firmes para uma nova ditadura: a ditadura dos números. Eu ainda sou do tempo em que a grande maioria das aldeias do meu distrito tinha a sua escola primária – as tais, do tempo “da outra Senhora” e que não fica nada bem elogiar. Mas não fiquemos pelas Escolas, lembremo-nos dos serviços de saúde, das vias de comunicação, dos acessos,... Um país Europeu, livre e democrático, não deveria ter como uma das principais prioridades o desenvolvimento integral do seu território e a aproximação dos serviços ás populações? Não é isto também liberdade, igualdade e segurança?

Nascer em liberdade não é sinónimo de não lhe reconhecer valor, bem pelo contrário. Agora que até os discursos do 25 de Abril já não são o que eram, chegou o tempo de colocar as belas frases sobre democracia e liberdade em prática. Sem medos, nem tabus.

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