Crónica 226 da purificação sagrada da língua pelo PAN PETA 14.12.18
Surgiram em dezembro na comunicação social portuguesa, relatórios (entretanto desmentidos) que o pequeno partido PAN queria extirpar da língua portuguesa e dos provérbios (e dos adjetivos não?) as menções menos abonatórias em relação a animais. Pondo de parte as motivações de NOVILÍNGUA que logo me vieram à mente (onde o George Orwell com o “1984” e “O triunfo dos porcos” me acompanham há décadas), achei de uma abissal ignorância a ideia proposta. Pior ainda daquela dos Portugueses e Portuguesas, Açorianos e Açorianas, mais as suas 20 variedades de género que muitos confundem com sexo.
Um dos textos mais brilhantes que li e aqui transcrevo (origem anónima) dizia "Tenho aqui "uma pulga atrás da orelha": ou há "gato escondido com o rabo de fora" ou então temos mesmo que "agarrar o touro pelos cornos" e preservar os provérbios portugueses carregados de significado semântico. Sempre ouvi dizer que "mais vale um pássaro na mão que dois a voar" e, sinceramente, deixar voar tanta simbologia vai deixar-nos como "peixes fora de água" em algumas conversações. Vale que "cão que ladra não morde" e às vezes há mesmo que "engolir um sapo". Desculpem se estou para aqui a desbobinar "cobras e lagartos" mas eles deviam era estar "caladinhos que nem um rato" e tirar "o cavalinho da chuva", porque, "macacos me mordam", acabar os provérbios com animais é o mesmo que deixar de "falar como um papagaio", que é uma coisa que eu adoro.
Os políticos às vezes são "chatos como uma carraça" e só dá vontade de lhes gritar "vai-te embora ó melga! , vai-te encher de moscas!". Não tarda proíbem todas as histórias com bichos e até quem se apaixona fica proibido de sentir "borboletas na barriga" ou de "ir ver a foca" (esta é só para quem é de Coimbra! ). Enfim, "os cães ladram e a caravana passa".
E agora, se quiserem, partilhem, que "a cavalo dado não se olha ao dente" e embora "ovelha que berra é bocado que perde" eu não tenho medo pois "quem tem medo compra um cão".
Definitivamente, neste país, temos é que aprender a ser "espertos que nem uma raposa" para não "andarmos para trás como o caranguejo".
Apesar do desmentido que aqui se transcreve (do PAN) não resisto a terminar adiante a crónica, com algumas sugestões para o PAN considerar da próxima vez que vier, com mais força, abordar o tema.
PAN ::: Pessoas-Animais-Natureza
No seguimento de notícias falaciosas que afirmam que o PAN pretende alterar provérbios que contenham referências a animais, o partido informa o seguinte:
1. O PAN foi contactado por órgãos de comunicação social para dar o seu parecer sobre uma campanha da PETA sobre frases e provérbios com referências violentas a animais nos Estados Unidos da América, um país com um contexto legislativo e sociocultural bastante diferente do português.
2. Em momento algum o PAN defendeu ou disse que acompanhava a campanha americana da PETA, nem sequer referiu que iria ou queria alterar provérbios com referências a animais.
3. A resposta do PAN a esta questão foi e é simples: o PAN não vai apresentar nenhuma iniciativa sobre este assunto e considera que este não é um tema prioritário na sociedade portuguesa, apesar de perceber que atualmente existe vontade de reflexão social sobre este tipo de questões associadas a discursos que veiculam a violência, de forma mais ou menos consciente, reflexão que pode ser relevante para as/os ativistas que trabalham nesta área.
…
**
Ora, a propósito da alegada proposta do PAN e da PETA de extirpar os provérbios supra desmentida, concordo plenamente que língua deve ser neutra para poder ser usada por robôs e outros membros da comunidade de Inteligência Artificial, pelo que devemos começar a revolução já, quase todas as frases em todas as línguas, vejamos por ex.º em PT as piadas contra os alentejanos, nortenhos, louras e outros...vamos retirar tudo da linguagem até ficar neutra de sexismos, animalismos e alentejanismos…. AQUI PROPONHO UMA NOVA VERSÃO EM NOVILÍNGUA PAN
A CAVALO DADO NÃO SE OLHA AO DENTE |
A PAN DADO NÃO SE OLHA AO DENTE |
A GALINHA DA VIZINHA É SEMPRE MELHOR QUE A MINHA. |
A PAN DA VIZINHA É SEMPRE MELHOR QUE A MINHA. |
Á NOITE TODOS OS GATOS SÃO PARDOS |
Á NOITE TODOS OS GATOS SÃO PAN |
AGARRAR O TOURO PELOS CORNOS |
AGARRAR O PAN PELOS CORNOS |
ANDARMOS PARA TRÁS COMO O CARANGUEJO |
ANDARMOS PARA TRÁS COMO O CARANGUEJO |
CADA MACACO NO SEU GALHO, |
CADA PAN NO SEU GALHO, |
CALADINHOS QUE NEM UM RATO |
CALADINHOS QUE NEM UM PAN |
CÃO QUE LADRA NÃO MORDE |
PAN QUE LADRA NÃO MORDE |
CHATOS COMO UMA CARRAÇA |
CHATOS COMO UM PAN |
CUIDADOS E CALDOS DE GALINHA, NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM |
CUIDADOS E CALDOS DE PAN, NUNCA FIZERAM MAL A NINGUÉM |
ENGOLIR UM SAPO |
ENGOLIR UM PAN |
ESPERTOS QUE NEM UMA RAPOSA |
ESPERTOS QUE NEM UM PAN |
FALAR COMO UM PAPAGAIO |
FALAR COMO UM PAN |
FILHO DE PEIXE SABE NADAR. |
FILHO DE PAN SABE NADAR. |
GAIVOTAS EM TERRA TEMPORAL NO MAR. |
PAN EM TERRA TEMPORAL NO MAR. |
GATO ESCONDIDO COM O RABO DE FORA |
PAN ESCONDIDO COM O RABO DE FORA |
GRÃO A GRÃO, ENCHE A GALINHA O PAPO |
GRÃO A GRÃO, ENCHE O PAN O PAPO |
LOURA BURRA |
LOURA PAN |
MACACOS ME MORDAM |
PAN ME MORDAM |
MAIS VALE UM PÁSSARO NA MÃO QUE DOIS A VOAR |
MAIS VALE UM PAN NA MÃO QUE DOIS A VOAR |
NÃO ADIANTA LAMENTAR A MORTE DA BEZERRA |
NÃO ADIANTA LAMENTAR A MORTE DO PAN |
O PRIMEIRO MILHO É PARA OS PARDAIS. |
O PRIMEIRO MILHO É PARA O PAN. |
OS CÃES LADRAM, MAS A CARAVANA PASSA. |
O PAN LADRA, MAS A CARAVANA PASSA. |
OVELHA QUE BERRA É BOCADO QUE PERDE |
PAN QUE BERRA É BOCADO QUE PERDE |
PEIXES FORA DE ÁGUA |
PAN FORA DE ÁGUA |
PELA BOCA MORRE O PEIXE. |
PELA BOCA MORRE O PAN |
QUEM NÃO QUER SER LOBO NÃO LHE VISTA A PELE |
QUEM NÃO QUER SER PAN NÃO LHE VISTA A PELE |
SE A FERRADURA TROUXESSE SORTE, BURRO NÃO PUXAVA CARROÇA |
SE A FERRADURA TROUXESSE SORTE, PAN NÃO PUXAVA CARROÇA |
TENHO AQUI "UMA PULGA ATRÁS DA ORELHA |
TENHO AQUI "UM PAN ATRÁS DA ORELHA |
TIRAR "O CAVALINHO DA CHUVA" |
TIRAR "O PAN DA CHUVA" |
UM BURRO CARREGADO DE LIVROS É UM DOUTOR. |
UM PAN CARREGADO DE LIVROS É UM DOUTOR. |
UM OLHO NO PEIXE OUTRO NO GATO |
UM OLHO NO PAN OUTRO NA LÍNGUA |
VAI-TE EMBORA Ó MELGA! , VAI-TE ENCHER DE MOSCAS! |
VAI-TE EMBORA Ó PAN! , VAI-TE ENCHER DE PAN! |
VOZES DE BURRO NÃO CHEGAM AOS CÉUS. |
VOZES DE PAN NÃO CHEGAM AOS CÉUS |
|
Chrys CHRYSTELLO (BSc, MA), Honorary Lifetime Member MEEA/AJA #2977131 (Australian Journalists' Association), [International Press Card AU #3804
|
|