Tal como hoje disse o ex-ministro Luís Amado, ministro dos governos socialistas de Sócrates, a uma estação de rádio, «a moção de censura do PS ao Governo, neste momento, é uma prova de imaturidade política».
Mas o PS precisava de mostrar, no mínimo, que existe. Precisava ainda de demonstrar, face ao inesperado regresso de Sócrates, que Seguro é o líder do PS.
Ambas as coisas foram conseguidas mas de forma pouco clara e menos ainda convincente.
À parte estes dois resultados, não se percebe bem para que apresentou o PS um moção de censura, neste momento. Mas fê-lo e foi acusado pela sua esquerda de ser PSD, de trair a esquerda ,quando no poder, e de se servir da esquerda para chegar ao poder.
Neste caso, nem isso. O PS só chegará ao poder se o Governo cair e se ganhar as próximas eleições. E, mesmo ganhando-as, dificilmente conseguirá o PS fazer melhor que a Coligação no Poder face aos cenários macroeconómicos nacionais e internacionais. A menos que também o PS só queira o Poder pelo Poder de influência, de manipulação e de negócios individuais e de grupo que o Poder proporciona. Parece ser isso o que tem estado em causa nos últimos 28 anos. Basta-nos ver o que se passa com a obra Túnel do Marão onde, de uma forma pouco clara, se tenta liquidar uma empresa para dar a obra a outra.
O que o PS nunca poderia ter feito é ter metido o Tribunal Constitucional neste sarilho. Ao fazê-lo, mais uma vez contribuiu para a judicialização da política e para a menorização da autonomia da classe política.
De fato, também me parece ter sido a imaturidade a dirigir esta moção de censura. A quem poderão, então, os portugueses confiar as suas vidas ?
Bragança, 04/04/2013, 00h35. Alterada em 04/04/2013, 08h08