O mês de Agosto, propenso para férias e calmaria em termos políticos, parece querer seguir a tão conhecida frase “a tradição já não é o que era!”. Esperemos que não sirva para que alguma classe politiqueira, não política, tente que as suas decisões passem sem o olhar atento dos portugueses.
Numa entrevista publicada dia 6 de Agosto no JN, o Ministro da Saúde, Correia de Campos, afirma que (a maternidade de) “Mirandela é a que tem menos equipa. Está assente que vai fechar no final do ano…”. Confesso que quando li a entrevista tive que reler este troço. Será admissível que o Senhor Ministro dê conhecimento de uma decisão de encerramento de um serviço de saúde por este meio?! Será que até o mais acérrimo dos defensores deste governo, habituado a tentar explicar o inexplicável, se aventurará nas asas deste desgoverno?
Relembro a frase da t-shirt que vesti na manifestação pela manutenção das duas maternidades: “birras só das crianças, não do Senhor Ministro!” e cada vez mais vejo dissipadas as dúvidas (se é que ainda existiam) de que assim não vamos lá! Não basta a tentativa de regionalização por parte do governo, mesmo que camuflada, donde resultariam efeitos nefastos para a nossa região, ainda o Senhor Ministro vem anunciar desta maneira uma decisão que, sendo incompreensível do ponto de vista político, se provará trágica do ponto de vista humano.
No plano internacional, a fatídica Guerra no Líbano espera por uma força internacional, decidida pelo Conselho de Segurança da ONU, que venha pôr fim a mais este episódio da Crise do Médio Oriente. Num momento em que toda a comunidade internacional não só deve como tem de se unir em torno de uma resolução do conflito, Portugal não pode esquecer a importância da sua colaboração.
Em Cuba, os bastiões do regime tentam resistir a uma mudança no regime ditatorial. Perante a doença que assolou Fidel Castro e que muitos viam como a possibilidade de Cuba caminhar finalmente para a Democracia, este encarregou o irmão mais novo, Raul de apenas 75 anos (!), de se fazer cargo dos destinos da nação. Uma nação que se encontra sufocada ditatorialmente sobre si própria, onde os defensores da democracia são presos e torturados, merece todo o apoio e atenção da comunidade internacional. Como muito bem escreveu o Dr. Ribeiro e Castro no “Público” “A liberdade não acontece em automático. Precisa de ser ajudada.”. Espero que o governo português não assobie para o lado e defenda frontal e inequivocamente a democracia e condene o regime que não pode continuar a vingar em Cuba.
Escrevo este artigo de opinião após ter sido promulgada pelo Presidente da República, a chamada “lei da paridade” que, quanto a mim, mais mereceria o honroso título de “lei da desigualdade” ou “ lei da descriminação negativa”. Já tive oportunidade de opinar neste fórum sobre esta matéria. Apenas dizer que sempre apoiei uma proposta, ou decidi não o fazer, mediante a veracidade e exactidão dos caminhos propostos, sem ter em conta o sexo do seu proponente. O mesmo senti que sempre aconteceu nos fóruns em que participo, e quando assim deixe de ser, o meu lugar ficará vago. Nós, mulheres, não servimos para que numa mesa de discussão a presença feminina marque comparência ou para que fique bem perante a audiência. Se estamos presentes, não é porque temos que ser numericamente mais ou menos do que os homens. É para sermos ouvidas e debatermos de igual para igual para que no final, não se diga que o eleito foi homem ou mulher, mas sim que a meritocracia venceu!