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O renascer dos abutres

Retrato de luis
Luis Ferreira

O renascer dos abutres

Os abutres! Todos os achamos repugnantes, talvez porque só gostam de se alimentar dos despojos alheios, ou seja dos restos que outros deixaram, ou ainda, dos ossos e da pouca carne que os outros desprezaram depois de se saciarem. Em resumo, são macabros!
Na verdade, surgem sempre depois dos outros terem deixado o campo de batalha e contentam-se com os restos, já que não têm espírito de lutadores. Quando se instalam, são em bando e julgam-se donos absolutos do terreno. Se outros aparecem a reclamar os restos da presa, esboçam uma luta leve para afugentar os recém-chegados e como são em grande número, normalmente levam a deles à vante. Como há muitos animais que se assemelham aos abutres e que só gostam dos restos, aí os vemos a lutar uns contra os outros demasiado frequentemente para ver quem fica com... os restos.
Não são fáceis de descortinar. Andam quase sempre escondidos e camuflados, mas aparecem logo que uma presa é abatida ou morre, à espera de lhe comer o resto da carne que os outros deixaram ou simplesmente de lhe roer os ossos.
De um olfacto extraordinário, eles logo dão conta, mesmo de muito longe, do abate de um animal. O céu quase se tolda dos bichos horrendos de um momento para o outro. São apelidados de cangalheiros! Pudera, são eles que fazem o funeral dos...restos.
Na verdade, quem os vir, parecem imponentes e capazes de grandes obras, mas na verdade, enganam, pois a sua capacidade de iniciativa é pouca devido ao facto de muitos outros serem os senhores do terreno e só quando eles o abandonam é que eles aparecem para se assenhorearem dos postos principais, alimentando-se então do que fica, que para eles é suficiente.
Sempre à espreita, aparecem quando menos se julga. Há sempre um resto à espera para os saciar. Depois de os outros terem feito o pior trabalho, é que eles fazem a sua aparição, levando alguns louros que, a eles, pouco custaram a conseguir. É assim a lei da vida e da Natureza!
Do mesmo modo, na selva da vida pela qual passamos todos, há que enfrentar estes abutres tal como outros animais bem conhecidos de todos nós. Neste virar de página política e após outros terem caído, eis que encontramos os vencedores a saciarem-se e, igualmente, alguns abutres à espreita dos restos que sobrarem para se apoderarem deles como se de alguma conquista árdua se tratasse! Não chega para todos, de modo que alguns terão de passar um tempo de abstinência, o que aliás, está de acordo com a quadra que atravessamos. O jejum também é uma qualidade e que em termos católicos é um sacrifício e todos nós devemos sacrificar-nos para atingir determinados objectivos. Nada mais natural!
Cabe aqui, no entanto, acrescentar que os abutres da selva humana são mais perigosos que os outros, já que estes são tão iguais que ao dar a cara pela presa abandonada não se distinguem, mas aqueles de tão diferentes serem, notam-se à distância e por isso, nem sempre querem dar a cara para não serem notados antes de terem a certeza de obter parte da presa. Parecendo que não a diferença é grande! Antes não fosse, pois era mais leal a conquista. Daí o serem mais perigosos, pois nunca se sabe ao certo de onde podem atacar.
Enfim!
Apesar de tudo, o homem também é caçador. É um lutador nato e muitas vezes luta pela dignificação do seu próprio status. Luta pela dignidade dos lugares que a sociedade lhe distribui e tenta manter, sempre que possível, essa dignidade de posse. Pois, cabe igualmente a este homem, lutador por natureza, dar luta aos abutres que, sem trabalho alguma, esperam apoderar-se de alguma coisa que outros vão abandonando, ou por vontade própria, ou por serem os perdedores que têm que dar lugar aos novos vencedores.
Infelizmente, sempre assim foi ao longo das gerações passadas. Faz parte da lei da vida e dos homens e quer queiramos quer não, sempre houve e haverá homens que se esforçam e outros que, não fazendo nada, colhem louros do esforço dos outros. Felizmente, aqueles que acreditam em alguma coisa, trabalham só nesse sentido e sentem-se compensados por isso mesmo. Outros há, no entanto, que só fazem alguma coisa se o objectivo for uma recompensa agradável. Tal como os abutres, que nada mais fazem do que esperar que aqueles que lutaram para conseguir a presa, a abandonem de saciados, para lhes ceder o lugar. Depois, bem instalados, disputam entre si os ... restos e julgam-se os donos do mundo! Enfim, modos de estar e ... de ser!

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