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O estranho caso Museu do Douro/Autarquias

Retrato de igreja
Manuel Igreja

O estranho caso Museu do Douro/Autarquias

Caso o Museu do Douro, fosse uma vinha plantada de novo, eu diria que ele resultou de um enorme saibramento feito a muito custo. Não haveria então ferros de monte, guilhos, e tiros de pólvora que chegassem para remover os escolhos necessariamente mexidos para lhe dar jeito e forma, para já não irmos ao rico conteúdo que ostenta.

Qualquer duriense tem esta imagem como sendo a do esforço quase supremo, mas a obra em causa quase se pode comparar ao revolver de terras e ao britar de fraguedos, não que alguém tenha ganho calos nas mãos, mas antes porque foi necessária a mesma pertinência e a mesma união de esforços para que o pretendido saísse do rol das boas intenções e das promessas vãs.

A ideia de fazer o Museu do Douro nascer desta vez, pois antes há uns sessenta e tal anos outros que já se foram o ansiaram, começou a germinar em 1987, quando muitos de nós ainda nem faziam a barba ou tinham cabelos brancos. No entanto, as as uvas para o lugar num modo de dizer entre a gente a significar a sua inauguração, sucedeu, imagine-se, no ano de 2008 quando este ia mesmo no fim. Mas seja como for, mesmo que tenha levado o seu tempo, abriu portas ao público o Museu do Douro.

Claro que não sem que antes, uns certos senhores que só olham para o seu umbigo, tudo tenham feito para o obstruir, por terem para eles que tal equipamento cultural é de mais para nós, cá na região do Douro Vinhateiro propriamente dita. No Porto ou em Gaia é que ele ficava um primor, diziam.

Não levaram a melhor, esses que mesmo assim se dizem nossos amigos, e contra ventos fortes e marés alterosas, o Museu do Douro com sede na Régua e vários pólos espalhados pela região aí está de vento em popa a navegar para nosso contentamento. Venceu os remoinhos, porque soube no tempo devido, tornar-se uma realidade irreversível. Tornou-se concreto e palpável, porque foi antes de o ser. Tipo a pescada, que antes de o ser já o era. Formalmente ainda não havia Museu do Douro, mas já ele fazia acontecer coisas em seu nome.

Meteu-se olhos das pessoas adentro, e mesmo não cruzando os braços, disse :- daqui não saio, daqui ninguém me tira. Foi de tal força, que mesmo em anos de aperto financeiro, o governo central outro remédio não teve do que abrir a algibeira e pagar o edifico da sua sede, a emblemática “casa da Companhia”.

Houve depois a contra-relógio por causa dos fundos comunitários urgência no arranque das obras respectivas. De novo obstáculos e conversa mole junto ao Tejo aconteceram para que se adiasse o desiderato. Mas também desta vez se meteram ombros a hercúlea tarefa. Garantiu-se haver folhas no calendário suficientes, e que as obras estariam acabas atempadamente, e assim se deu mais um passo. Lavaram-se os baldes das tintas dentro do prazo estabelecido e sem desvios. Há hora marcada, acenderam-se as luzes, os portões abriram-se, e rufaram os tambores para a festa com pompa e circunstancia.

A obra foi de truz, goste-se ou não do modelo. Acima de tudo foi uma lição que deve ser tida em conta pelas forças vivas da região. O Museu do Douro existe, porque regionalmente foi tido e sentido como estruturante, e porque assumido que foi isso, unanimemente se uniram vontades para lhe dar vida. Julgo que é a primeira grande obra imposta de cá de dentro lá para fora. Exigimo-lo e tivemo-lo porque o soubemos merecer. Foi um objectivo comum, conquistado ao mar inóspito da capital e das forças centralistas que fizeram de Portugal um monstro duplamente macrocéfalo. É um pedaço de terra na ilha do nosso abandono.

Mas infelizmente nem tudo são rosas na migalha onde assentámos a esperança e alicerçamos algum do nosso orgulho. Parece que ao Museu do Douro corre o risco de lhe dar o tranglomanglo. Estaria com míldio se fosse vinhedo. A maior parte das autarquias que se comprometeram a cuidar dele e a dotá-lo com alguma das suas verbas, andam a fazer ouvidos moucos e a assobiar para o lado. Não pagam. Estão a borrar a escrita, como diria o meu avô. Por mais razões económicas, pessoais, ou outras que tais que existam, não me parece bem não senhor. Estou tentado a dizer que é à nossa velha maneira. Será?

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