Chrys Chrystello

Chrys Chrystello

E se nada fosse real

CRÓNICA 426, E SE NADA FOSSE REAL 27.11.2021

Hoje, acordei particularmente tarde e bem disposto e mal abro a caixa de Pandora das notícias do mundo da ciência descobri este título que me fascina: E SE NADA FOSSE REAL (nova hipótese argumenta que o universo simula a sua própria existência).

 

Trata-se de um artigo do Quantum Gravity Research Institute que visa unificar as mecânicas quânticas com uma perspetiva não-materialista. Seremos reais? E se tudo que cremos ser real, as pessoas, e todos os eventos da nossa vida não existissem mas fossem apena suma simulação complexa? Já em tempos o filósofo Nick Bostrum se interrogava num artigo “Estamos a viver numa simulação de computador?” Tratar-se-ia de simulações deveras complexas criadas por seres muito evoluídos. Contudo, a nova teoria exclui os seres evoluídos e interroga-se “Será uma autossimulação que é gerada pelo próprio pensamento?”

Não disponho de conhecimentos suficientes e nada sei de física quântica para continuar a seguir a argumentação dos autores desses artigos, mas sinto que seria mais agradável se nada fosse real, se tudo fosse simulado ou imaginado e se com isso pudéssemos apagar da memória coletiva, a chamada história da humanidade, a maior parte dos acontecimentos violentos, como guerras, destruição e a própria maldade humana inerente a todos os seres que simulam esta realidade?

Seria possível ao pensamento evoluir para uma realidade menos destrutiva, menos desigual, menos escravocrata? Porque a simulação que temos vivido nestes milhões de anos de existência simulada de humanoides narra uma história de uma minoria a dominar a maioria dos seres sencientes, meros escravos cuja única razão de ser é a permitir a existência dessa minoria dominadora.

Até agora o grande ponto fraco da IA (inteligência artificial) tem sido o de ser concebida e criada por humanoides pelo que resta saber se um dia se independentiza e consegue conceber-se sem as falhas humanas que lhe deram origem. Será então capaz de criar uma autossimulação da realidade totalmente distinta da atual e pode então decidir que o melhor destino dos humanoides é o de serem escravos dessa mesma inteligência artificial, bem menos imperfeita do que a atual ordem mundial.

E é por isto que, às vezes, apetece pensar que nada do que experienciamos é real.

Chrys Chrystello, [email protected]

Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

[Australian Journalists' Association - MEEA]

Diário dos Açores (desde 2018)

Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)

Tribuna das Ilhas (desde 2019)

Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020)

Jornal do Pico (desde 2021)

 

 

 

 


Partilhar:

+ Crónicas