O relatório do Banco de Portugal sobre a economia portuguesa evidencia a necessidade de um pacto nacional para o debate e de escolha bem reflectida dos investimentos e das opções estruturantes a realizar.
O Primeiro-Ministro tem alguma razão quando enfatiza que, primeiro, é necessário ajudar a recuperar a economia e, depois, resolver o problema do défice das contas públicas, do défice externo e da dívida pública. Porém, não me parece que a tenha toda e penso antes que os quatro vectores têm de ser doseados com prudência.
A necessidade do debate está no encontro desta prudência justa. A economia tem de ser apoiada, é certo. Mas, como deve sê-lo? É aqui que reside o motivo da discórdia e a necessidade de um debate profundo.
Numa altura de escassez de recursos financeiros, todas as despesas devem ser bem equacionadas. E devem ser canalisadas para fins de geração de riqueza colectiva, mesmo se através de privados, e para fins de credibilização externa da economia portuguesa.
Na busca destes equilíbrios necessários está a necessidade do debate. E de um pacto nacional para o entendimento sobre o futuro. Devemos mostrar que merecemos a democracia.