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Consciência versus oportunismo

Retrato de ana
Ana Soares

Consciência versus oportunismo

Há vários motivos para se entrar na política. Para mim, apenas faz sentido se for em nome de um projecto para a sociedade, de um conjunto de ideias. Há também várias formas para se estar na política. Para mim, política apenas faz sentido se for praticada em nome de valores e com total clareza e transparência. Sem qualquer necessidade pessoal.
Foram estes os motivos que me levaram a filiar numa juventude partidária aos 14 anos e num partido político aos 18 anos. Foram também estes os motivos que me levaram a desfiliar 10 anos depois da primeira filiação.
Permitam-me particularizar este artigo. É verdade que tudo o que vivi é uma experiência pessoal, mas acredito que muitos se reverão. Também é verdade que pegando neste pequeno exemplo, podemos pensar como vai a política partidária em Portugal.
Um partido político – neste caso o CDS – ao longo da sua vida deve evoluir, propor-se novos objectivos e questões. É desejável que assim seja. Quando a mudança atinge os motivos da sua criação, é porque o partido já não é o mesmo. Foi isto que aconteceu no CDS. Houve vários posicionamentos do partido perante a sociedade, várias abordagens e até respostas aos mais variados temas. Hoje, a mudança atingiu os alicerces do partido até ao ponto de deixar de se assumir como alternativa ao socialismo. É neste partido em que eu não me revejo.
Os últimos três anos representaram uma reviravolta no que o CDS-PP é e pretende ser. De Centro Democrático Social – Partido Popular, passou a ser de Cegos Defensores e Seguidores do Partido de Portas. Para começar pelo mais básico, não acredito num partido que viva apenas com objectivo de atingir o poder - seja como for - e de alimentar aspirações sociais de uns poucos. A política necessita de quem a sirva, não de quem dela se sirva.
Assisti, há cerca de três anos, a um episódio que julgaria impossível em qualquer partido político português, quanto mais naquele que sempre foi o meu. Hoje tenho a consciência que foi o inicio do fim. O mal trato a uma Senhora que Portugal respeita – a Dra. Maria José Nogueira Pinto – mostrou ao país a triste realidade que se vivia no CDS. De um projecto para Portugal passou-se a um projecto de e para um grupo que necessita – qual peixe fora de água – de um palco mediático para sobreviver; de um partido considerado passou-se a um partido de pequenas favelas onde interessa o nível de pressão interna e não as provas prestadas à sociedade. Foi nessa mesma altura que se viveu um motim no CDS. Não discuto o resultado pois os militantes pronunciaram-se, ainda que dele discorde. Discuto – e fá-lo-ei sempre! - o modo como tudo se desenrolou e os tristíssimos episódios a que todos assistimos.
Apesar de discordar da liderança do partido, continuei a ser uma militante activa após a eleição do Dr. Paulo Portas. Enquanto o CDS representasse os valores que nele me fizeram filiar, era a minha casa e não se abandona a própria casa por quem a dirige. Mas as mudanças continuaram e chegaram a um ponto em que continuar militante do partido, era ser cúmplice da podridão que tem afastado a população em geral da política. Refuto desde já o argumento que quem saiu foi por não ter cargos no partido. Saio enquanto Conselheira Nacional do CDS e Presidente da Distrital de Bragança da JP. Ao ter que optar entre ser fiel aos meus valores e consciência ou sê-lo ao meu partido, opto indubitavelmente pelos primeiros.
Se há factos que falam por si mesmos, permitam-me referir quatro casos a que me absterei de fazer quaisquer comentários.
1 -Destacados dirigentes do CDS mudam de posição relativamente aos mais variados temas porque o Dr. Paulo Portas publicamente também o faz. Veja-se o caso das eleições directas para o presidente do partido em que quem hoje as defende foi quem as enxovalhou em praça pública há alguns meses atrás… Não há coerência nem estabilidade de propostas.
2 - Inúmeros são também os casos em que o partido toma uma posição a nível externo e a nível interno defende o seu contrário. A título de exemplo, veja-se que actualmente a direcção do CDS defende dois tipos de representatividade política. A nível externo, considera \"benefício do regime democrático\" a manutenção do sistema da proporcionalidade e do método de Hondt. A nível interno, este método foi afastado.
3 - No início do Verão, fui convidada a estar presente numa reunião em Constança, onde estava a grande maioria de estruturas eleitas do distrito. Estava também lá o Deputado José Paulo Carvalho, enquanto Deputado Padrinho do Distrito (uma figura que o CDS instituiu para haver Deputados responsáveis pelos círculos eleitorais onde o partido não elege). No início da reunião, o Presidente da Distrital do CDS acintosamente disse que o Deputado José Paulo Carvalho já não era mais “Deputado Padrinho”, quando este se estava a limitar a cumprir a sua função e contactar com a população. Ninguém sabia da destituição, nem o próprio Deputado. Até hoje - a mim e a todos os outros presentes na reunião - não soube o Grupo Parlamentar desmentir tal insinuação, não defendendo quem o representava.
4 - O CDS, não faz oposição ao PS, como bem claro ficou ao apoiar a guerra institucional que o Governo fez ao Senhor Presidente da República com o Estatuto dos Açores.
Neste momento pretende institucionalmente o partido gerar confusão em torno de dois temas: as desfiliações que entretanto tiveram lugar e a permanência do Deputado José Paulo Carvalho na Assembleia da República.
Quanto às desfiliações, sempre ouvi dizer que dá mal resultado tapar o sol com uma peneira. É o que o CDS está a fazer. Ao jogar com os números e transformá-los, o CDS nada ganha, apenas perde…
Quanto à passagem do Deputado José Paulo Carvalho a não inscrito, parece-me de elementar clareza que o seu compromisso é com o eleitorado e não com o partido político. Os Deputados valem pelo seu valor pessoal, pelos valores que representam e pelo programa que defendem. Estou certa que o eleitorado Democrata-Cristão – de que continuo a fazer parte – se sente revisto nas suas posições, propostas e posicionamento.
Importa pensar livremente em Portugal, seguindo os valores de cada um e não deles abdicar ou abrir mão por conveniência partidárias. A política estará sempre presente na vida de cada um e julgo que – partidária ou não – cada um de nós que julgar poder contribuir para a mudança da realidade que aqui apresento não se deve abster de o fazer. Mas por defender que esse caminho deve ser feito em consciência e em nome de um projecto para Portugal, não encontro para isso lugar actualmente no CDS-PP.

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