Era uma vez um país.
Era uma vez um país, país de gente simples, humilde e obediente. e essencialmente cristã católica.
Esse país teve um Século XIX e um Século XX muito complicados. No Século XIX, quase nunca teve governos estáveis pelo que passou ao lado da industrialização. Começou o Século XX do mesmo modo, até 1932.
Em 1932, esse país inicia um ciclo de reconstrução mas os primeiros 20 anos são de restauração das elites tradicionais, sobretudo da burguesia terratenente (proprietária de terras). A partir de 1950, o Governo tenta começar a industrializar o país mas ainda sob o controlo ideológico e burocrático do Estado. E só a partir de 1960, o país se abre ao investimento estrangeiro e ao mercado internacional.
Pelo meio, nesse país de gente humilde e trabalhadora, e até 1950, ser-se instruído era saber ler e escrever muito mais do que possuir o diploma da escola primária. Habilitações do ensino secundário, em 1950, não chegavam a 1% dos jovens até aos 24 anos e habilitações do ensino superior não chegavam a 0,1% dos mesmos jovens.
A partir de 1950, tudo começou a mudar e os efeitos, na educação, começaram a fazer-se sentir, logo em 1960. O país começava a tornar-se um país capitalista, ao contrário do que o mentor ideológico do Governo pretendia.
Porém, em 1974, houve um golpe de Estado e a influência dos seus mentores ideológicos e do Partido Comunista Português rompeu com o capitalismo e instaurou um regime semisocialista.
Um povo que vivia e passava mal encantou-se com as novas palavras liberdade, igualdade, fraternidade. Encantou-se sobretudo com a ideia de que o Estado é que era responsável por tudo. O Estado pagava saúde, educação, segurança social, comida, bebida. E o povo deixou de aprender a fazer o que quer que fosse e a não ter iniciativa.
O caso mais grave aconteceu na área do ensino e da educação. Todos puderam estudar e todos quiseram estudar o máximo, aquilo que desse acesso a bons empregos. Só que não havia professores bons em número suficiente e o que se ensinava nas escolas não tinha qualidade. E também não havia emprego para a maior parte dos que os procuravam.
O país começou então a definhar. Tinha muitos licenciados, mestres e doutores mas não tinha quadros intermédios e os primeiros não só não sabiam ler nem escrever como não sabiam nada para desenvolver o país. Muitos dirigentes políticos do país eram uma nulidade inteletual e uma nulidade moral. E o país foi definhando. Tudo era igualdade mas uma igualdade sem mérito e sem produtividade para sustentar o país.
Aí por volta de Maio de 2011, no contexto de uma grave crise internacional, os dirigentes do país entenderam que só pedindo ajuda ao estrangeiro podiam continuar a alimentar os seus vícios e os da população.
Veio então o que chamaram de Troika para governar o país, impondo-lhe restrições e mais restrições financeiras mas não melhorando em nada nem a formação do povo nem a formação das elites nem ainda o desempenho da economia. Resultado: o país tornava-se cada vez mais dependente do exterior.
Chegados a 2017, com o desemprego em 23% e a dívida pública em 176%, o Governo decidiu abrir falência, dizendo aos credores internacionais que só pagaria uma dívida de 80%. Os credores deixaram de exportar para Portugal e os portugueses tiveram de emigrar de novo e de começar a regressar à agricultura, que tinham abandonado em massa desde 70 anos antes.
A sociedade tornou-se insegura, sucedendo-se os assaltos e as pilhagens. Em 2019, apareceu um dirigente, João de Portugal, oriundo de um partido entretanto fundado, o Partido Regenerador, que apelou ao povo para trabalhar e reorganizar a economia. E o povo recomeçou de novo, quase do zero.
É esta a memória de uma experiência socialista, uma experiência de igualdade na mediocridae e na preguiça, que levou o país à falência. Nas universidades estrangeiras, estuda-se muito essa experiência para demonstrar que quando não há rigor, mérito, trabalho e produção de riqueza, os países vão à falência.