Um paraíso nos montes trasmontanos - Travanca precisa de apoios financeiros para permanecer no mapa

A Freguesia de Travanca é uma das 28 aldeias que fazem parte do concelho do Mogadouro. Fica situada a 22 quilómetros da vila e tem uma área de 2046 hectares. A agricultura é a principal fonte de rendimento da população, que tende a desaparecer.

As rendas, bordados regionais e a fiação de lã e linho constituem as valiosas peças artesanais deste cantinho transmontano.
São cerca de duzentos o número de habitantes de Travanca. A pequena aldeia é mais uma que tende a desaparecer do mapa, em Portugal. Apesar da sua indiscutível beleza natural a freguesia está voltada para o abandono.
A falta de qualidade de vida faz com que o número de habitantes seja cada vez mais reduzido. Em entrevista ao nosso jornal, o presidente da Junta de Freguesia de Travanca, Américo Rodrigues mostra-se empenhado em contrariar esta tendência. O autarca socialista, lidera o executivo acompanhado pelo secretário Francisco Luís e pelo tesoureiro José Preto.
Américo Rodrigues tem vários projectos na forja, no entanto a falta de apoios financeiros complica a concretização dos mesmos. Por agora, as principais preocupações prendem-se com a “pavimentação das ruas, as obras de saneamento básico, as estações de tratamento de águas e melhores vias de comunicação são as nossas principais carências.“ salienta Américo Rodrigues.
Relativamente à habitação social o autarca socialista mostra o seu desagrado ”infelizmente nem sequer nos podemos candidatar, porque as normas de candidatura têm critérios, porque normalmente as pessoas têm casa, nem que vivam na miséria, mas não se podem candidatar”.

Travanca não tem Centro de Saúde
Dos inúmeros problemas que assolam Travanca, a assistência médica merece especial destaque porque, “não há centro de saúde, só em Mogadouro, quando é um caso mais grave o doente tem de se deslocar a Bragança. Vivemos muito no isolamento”, adverte o líder da Junta.
Aliada a esta situação está a diminuição da taxa de natalidade que é um dos problemas mais graves da freguesia, “a taxa de natalidade diminui bastante”, refere Américo Rodrigues.

Falta de emprego motiva problemas sociais
A inexistência de entidades empregadoras faz com que a população se afaste, cada vez mais, de Travanca. A agricultura continua a ser a principal actividade ocupacional e meio de subsistência.
Por outro lado, o centro de dia tem um papel relevante para a população, tendo em conta que grande parte desta é idosa “o centro de dia emprega três pessoas e presta um importante apoio domiciliário”, realça o autarca trasmontano.

Um precioso património cultural atrai vários turistas
A actividade turística na zona está ainda muito longe do pretendido. A falta de camas e espaços de restauração não ajuda na divulgação turística da freguesia. No entanto, durante o Verão, Travanca é visitada por alguns curiosos, que para além da magnífica paisagem, podem apreciar a Igreja Matriz, que “é o cartão de visita de Travanca”, garante Américo Rodrigues. Além deste monumento, a igreja de Figueirinha e as Capelas de S.Cruz e de S. Sebastião são pontos de visita obrigatórios.
O presidente da junta adverte que falta uma ocupação para os jovens que permanecerem na freguesia durante as férias. ”As pessoas queixam-se que vêm para cá e não têm nada para fazer, se houvesse um ATL, seria diferente para os jovens”.

Festas e Romarias
As festas tradicionais ainda continuam a ser o que eram. No terceiro domingo de Setembro realiza-se a festa de S. Sebastião, a principal festividade da freguesia. A festa de Santa Bárbara e Santa Luzia completam o programa festivo da freguesia.

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A minha terra

Travanca, a minha terra, aldeia situada no Planalto Mirandês, pertence ao concelho de Mogadouro e distrito de Bragança. É uma terra pequena, só tem cento e nove casas habitadas. A maior parte das pessoas já tem muita idade e por isso há um centro de dia. Na minha terra também há uma Casa do Povo, uma casa da Junta de Freguesia e uma escola com um bonito recreio, um jardim cheio de flores e um grande campo de futebol. Como é um meio essencialmente agrícola há muitas vacas e uma leitaria para a ordenha. Nos campos produz-se muita comida para os animais. A minha aldeia tem duas ruas compridas e outras mais pequenas. Também tem água canalizada e saneamento básico e por vezes vêem-se pessoas a varrer as ruas. Nos domingos eu e a minha mãe, costumamos ir à missa e as pessoas cumprimentam-se todas. Apesar de muito pequena, eu gosto muito da minha terra.

Trabalho colectivo de alunos do 3ºano



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