O vereador do PSD Duarte Travanca candidata-se como independente à liderança da Câmara de Mirandela nas eleições autárquicas de 12 de outubro, prometendo medidas "diferenciadoras" e uma "verdadeira política da juventude", disse hoje o próprio à Lusa.

O movimento independente Duarte Travanca: Amar Mirandela apresenta listas à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e à Junta de Freguesia de Mirandela, no distrito de Bragança.

Duarte Travanca foi eleito pelo PSD nas últimas autárquicas (2021), mas desta vez quis pôr de parte as "imposições" e "lógicas partidárias", considerando ser "a melhor forma de colocar Mirandela em primeiro lugar", num "culminar" do trabalho "muito presente" que desenvolveu nestes últimos quatro anos na oposição.

"Mirandela já foi a cidade jardim, mas agora já não é, é uma cidade que está abandonada, que não consegue reter os jovens, não consegue criar emprego, não consegue inovar, não consegue estar ao lado dos agricultores. Portanto, Mirandela tem vindo a cair e é um processo que tem de ser invertido", afirmou, considerando-se ser a pessoa indicada para o fazer.

A sua candidatura tem a juventude como "um dos vetores principais". Duarte Travanca quer fixar os jovens e, para isso, defende a criação de emprego, mas também a disponibilização de habitação a custos acessíveis e até um apoio municipal à renda.

"Mirandela precisa de ter uma verdadeira política da juventude", vincou.

A agricultura e os produtos endógenos são também uma prioridade, criticando o candidato independente a falta de compromisso do PS, falhando a "promessa eleitoral" de requalificação do Complexo Agro-industrial do Cachão.

"O Cachão foi algo prometido, que iria ser reconstruído, que iria funcionar como antes, todos nós sabendo que isso era impossível, isso foi uma ilusão que foi vendida. A agricultura já não é como era antigamente, a pecuária também não. O Cachão tem de ser repensado face às necessidades que o concelho de Mirandela tem e face aos recursos que disponibiliza", defendeu.

O matadouro, localizado no Cachão, também não escapou às criticas, por considerar estar a ser "subaproveitado", funcionando apenas "duas vezes por semana". Duarte Travanca entende que esta estrutura podia contribuir para a fileira de produção de produtos como o "presunto", visto que os que são vendidos em Mirandela são "espanhóis ou alentejanos".

Nas eleições de 2021, O PSD conseguiu 32,58% dos votos, elegendo três vereadores (sem pelouro), sendo que o executivo municipal é liderado pelo PS, com presidente da câmara e três vereadores.

Para as autárquicas de 12 de outubro, o candidato independente diz que os resultados são "uma incógnita", já que "o PSD tem um grande desgaste" e o PS passou por várias situações como a queda da Assembleia Municipal e a saída da presidente do município, Júlia Rodrigues, eleita deputada na Assembleia da República em maio.

"Os velhos partidos estão em declínio. Abre-se uma janela de oportunidade para os independentes", afirmou.

Além de Duarte Travanca, à liderança da Câmara de Mirandela candidatam-se o presidente da autarquia, Vítor Correia (PS), Paulo Pinto (PSD), Vera Correia (CDU), Luís Saraiva (Chega), Ângela Silva (IL) e Luísa Torres (movimento independente).



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