As populações de Elvas, Mogadouro, Murça, Sabugal e Valença do Minho foram abastecidas com água imprópria para consumo no final do ano passado, segundo análises de técnicos da DECO que detectaram excesso de alumínio e falta de higiene.

A qualidade da água foi analisada em meia centena de concelhos portugueses e, embora a associação para a defesa do consumidor considere que os resultados \"não são preocupantes\", em 15 localidades a água não cumpria os requisitos recomendados e foi classificada como mediana.

Os casos mais graves são os das Câmaras Municipais de Murça e Valença do Minho, que forneceram às populações água imprópria para consumo, por falta de higiene, com microrganismos indicadores de contaminação fecal que levaram a classificar a água de medíocre.

Estes microrganismos podem provocar infecções, sobretudo em pessoas cujas defesas do organismo se encontrem debilitadas, como crianças, grávidas, idosos ou doentes crónicos.

Os resultados das análises - publicados na revista Proteste de Abril que começará a ser distribuída no próximo dia 27 - indicam ainda que a água fornecida em Alijó, Mértola, Setúbal e Viana do Castelo também revelou falta de higiene, embora com menores níveis de contaminação, tendo recebido a classificação de qualidade média.

O excesso de alumínio detectado na água fornecida pelas Câmaras Municipais de Elvas, Mogadouro e Sabugal, que ultrapassavam o teor de alumínio aceite pela legislação nacional (de 0,2 microgramas por litro), também permitiu classificar estas águas como impróprias para consumo.

Segundo a Proteste, o excesso de alumínio poderá ser consequência de deficiências ao nível do funcionamento das Estações de Tratamento de Água, pois aquela substância é utilizada para facilitar a remoção de partículas mais pequenas.

Estudos recentes revelaram que existe uma possível relação entre o alumínio e o aparecimento de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, lembra a DECO.

Com uma qualidade boa/muito boa foi classificada a água de Alfândega da Fé, Cinfães, Coimbra, Crato, Felgueiras, Lisboa, Machico (Madeira), Portalegre, Porto, Santarém, Seixal e Sertã.

No entanto, no Crato e Machico, e ainda em Alcoutim, Elvas, Faro, Guarda, Vila Real e Viseu, foi detectado excesso de cloro na água, podendo dar origem a compostos organoclorados potencialmente cancerígenos.

Os técnicos da DECO realizaram ainda uma análise ao preço da água nas várias localidades do país, reveladora de uma grande disparidade: para uma quantidade idêntica de água, o custo oscila entre 2,10 e 10,03 euros, sem contabilizar as taxas.

O concelho mais barato, da amostra da DECO, é Terras de Bouro, que cobra 2,10 euros por 10 metros cúbicos de água. O mais caro é Castelo Branco, onde o consumidor para 10,03 euros pela mesma quantidade de água.

Quanto às taxas de saneamento e de resíduos sólidos, algumas câmaras municipais nem sequer as cobram, nomeadamente as de Alcoutim, Almeida, Cinfães, Crato, Fundão, Portalegre, Sertã e Terras de Bouro.



PARTILHAR:

Professores preocupados com mudanças no ensino bilingue em Massachusetts

Sem subsídio do governo