Os trabalhadores da empresa Varandas de Sousa, produtora de cogumelos em Vila Real e Bragança, marcaram uma greve de cinco dias, entre 10 e 14 de fevereiro, para reclamar um aumento salarial, foi hoje anunciado.

O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Indústria, Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) disse, em comunicado, que a administração da empresa rejeitou negociar o caderno reivindicativo remetido em dezembro e, por isso, reunidos em plenário na terça-feira, decidiram avançar com um pré-aviso de greve de cinco dias.

A empresa tem cerca de 300 trabalhadores.

Segundo o SINTAB, entre as exigências dos funcionários dos centros de produção instalados em Vila Real e em Benlhevai, Vila Flor, distrito de Bragança, está um “aumento salarial digno”.

Reclamam ainda “a valorização da experiência dos trabalhadores por via da implementação de um justo sistema de diuturnidades, a diminuição do período normal de trabalho semanal para as 35 horas, 25 dias de férias e a dispensa do trabalhador no dia do aniversário”.

O SINTAB salientou que a “administração da empresa continua a escudar-se num infinito processo de reestruturação que advém de uma insolvência em que beneficiaram de um considerável perdão de dívida aos contribuintes”.´

A empresa ex-Sousacamp, com sede em Benlhevai, passou por um processo de insolvência e de mudança de administração, tendo, inclusive, um novo gestor desde outubro.

O SINTAB citou precisamente uma entrevista dada pelo novo gestor em que este afirmou que “a empresa se encontra num importante momento de consolidação da sua posição como maior produtor de cogumelos frescos nacional” e em que, relativamente aos trabalhadores, disse que estes “merecem um gestor que reconheça o seu relevante papel no projeto e que saiba desenvolver as suas capacidades”.

No entanto, segundo o sindicato, “nada disso se confirmou na resposta da empresa ao caderno reivindicativo dos trabalhadores, assente numa total desvalorização e completa rejeição de todas as reivindicações, inclusive àquelas cujo peso não se reflete diretamente na vertente económica”.

“Nos plenários de ontem [terça-feira], os trabalhadores reafirmaram a sua predisposição para a luta por melhores condições de trabalho, melhores salários e outros fatores que contribuem, de forma clara, para a melhoria das suas vidas”, salientou o SINTAB.

E recordou que a Varandas de Sousa (ex-Sousacamp) se mantém como líder do mercado ibérico de produção e comércio de cogumelos frescos, detendo a quase totalidade do mercado nacional.

“O SINTAB entende, por assim entenderem os trabalhadores, que o grande perdão de dívida durante o processo de insolvência deveria ter exigido a melhoria dos salários e das condições de trabalho, mas nada disso se verificou”, salientou.

A agência Lusa tentou obter uma reação da empresa, mas sem sucesso até momento.

Foto: AP



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