As empresas do Alto Tâmega consideram “crítico” para os seus negócios “a forma como vai acontecer a retoma económica mundial e o ‘timing’ do desconfinamento”, revelou hoje um inquérito ao impacto da pandemia realizado pela associação comercial daquela região.

A Associação Empresarial do Alto Tâmega (ACISAT) divulgou hoje os resultados do inquérito que realizou entre 24 de abril e 02 de maio e que teve a participação de 122 empresas da região do Alto Tâmega, que junta os concelhos de Chaves, Valpaços, Montalegre, Boticas, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real.

“As empresas têm conhecimento e estão a recorrer aos apoios disponibilizados pelo Estado, mas consideram crítico para o seu negócio a forma como vai acontecer a retoma económica mundial e o ‘timing’ do desconfinamento”, pode ler-se.

As conclusões do estudo destacam ainda as preocupações das empresas sobre “a capacidade de reatar a normalidade e o nível de atividade no período de verão”.

“[Será] fundamental para equilibrar o negócio das empresas já em condições normais”, destaca, acrescentando que “serão determinantes para a decisão de continuidade de muitos negócios, pelo que é absolutamente crítico que as entidades com responsabilidades foquem a sua ação nestes aspetos”.

Para o presidente da ACISAT, a grande preocupação é a forma como está a decorrer o desconfinamento e “evitar uma nova paragem”.

“Se um mês e meio de paragem é crítico para muitas empresas, haver desconfinamento e necessidade de voltar a parar pode ser catastrófico”, afirmou à agência Lusa Vítor Pimentel.

O responsável da associação empresarial considera que “os obstáculos que as empresas têm pela frente neste momento podem ser tornados em oportunidades”.

Vítor Pimentel considera a área do turismo um dos setores a explorar.

“Esta região, com poucos casos de covid-19, é considerada uma zona verde para o turismo. Se não puder ser explorada numa visão de turismo de estrangeiros, que seja a nível de turismo interno”, realçou.

O estudo teve a participação de 122 empresas, sendo que 60% destas eram do concelho de Chaves e não teve qualquer participação de empresas do concelho de Ribeira de Pena.

No total, 40 empresas eram do setor do comércio, 37 de hotelaria, restauração e turismo e 21 de serviços, sendo que 82% das empresas participantes eram microempresas.

Quase 80% das empresas que responderam viram a sua atividade suspensa, total (45,1%) ou parcialmente (34,4%).

Do total, 3 empresas afirmaram ter encerrado definitivamente a sua atividade e apesar destes números apenas 9 empresas (7,4%), afirmaram ter tido necessidade de despedir algum colaborador, revela o inquérito.

Das medidas disponibilizadas pelo Governo, a mais popular entre as empresas é o ‘lay-off’, ao qual 63% das 84 empresas já recorreu e 10% vai recorrer no futuro. De seguida aparece o diferimento das obrigações contributivas com 50% dos inquiridos a afirmar que já recorreu ou vai recorrer, depois as Linhas de Crédito (21% já recorreu e 25% vai recorrer) e as moratórias de crédito (29% já recorreu e 14% vai recorrer), acrescenta ainda.



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