A subida do rio Tâmega em Chaves, que galgou as margens na quinta-feira e já subiu 3,30 metros acima do normal, levou ao realojamento de duas pessoas, adiantou à Lusa o presidente da Câmara, Nuno Vaz.

“Duas pessoas precisaram de ser retiradas das suas habitações e foram para casa de familiares”, explicou o autarca, por volta das 18:00.

Nuno Vaz realçou ainda que não há a registar “nenhuma consequência negativa para a integridade física das pessoas”, apesar de “praticamente dois dias” com a cidade do distrito de Vila Real a ser afetada com o mau tempo.

O presidente da Câmara de Chaves sublinhou que a expectativa é que entre as 18:00 e as 19:00 o rio Tâmega comece a descer, depois de já ter atingido os 3,30 metros acima do normal.

Apenas quando o caudal do rio descer será possível avaliar em concreto os danos causados em edifícios públicos e privados, acrescentou.

“Podemos contabilizar danos resultados da primeira alteração do estado do tempo, com forte vento e chuva, e que causou danos em estruturas públicas municipais, nas iluminações de natal, com a queda da árvore de natal e no parque arbóreo”, explicou.

A expectativa é que “a partir do momento que as águas desçam seja possível avaliar quais os danos nas edificações, espaços públicos e restabelecer o funcionamento normal de cafés, restaurantes e restantes zonas comerciais”.

O autarca de Chaves realçou ainda que os efeitos foram “mitigados” devido à “ação preventiva e cautelar do serviço de proteção civil, muito próximos junto dos proprietários da margem ribeirinha”.

Desde quinta-feira à tarde que o rio galgou as margens daquela localidade transmontana.

Além da zona ribeirinha afetada, como é habitual, também locais mais afastados do rio mas situados na Veiga de Chaves estão a sentir o efeito da subida do Tâmega, obrigando mesmo a encerrar comércios.

O trânsito está condicionado desde quinta-feira à tarde na envolvente do rio por motivos de segurança e a autarquia flaviense atualizou durante a tarde de sexta-feira as vias condicionadas.

“Encontram-se temporariamente encerradas ao trânsito automóvel a Estrada N2, entre a Rotunda do E. Eleclerc e a Rotunda do Km0, Rua D. Afonso III, Alameda do Tabolado e Alameda de Trajano. No que concerne a vias internas, existe também condicionamento na Rua de S. Roque, Alameda da Galinheira, Rua da Amizade, Caminho do Refúgio, Rua do Lombo do Caneiro, Rua da Solidão, Caminho das Poldras e Rua do Caneiro”, explicou em comunicado.

A subida do rio Tâmega causou a inundação da Veiga de Chaves, que ocupa uma área de 2.500 hectares e que tem cerca de 8,5 quilómetros de comprimento e três de largura, deixando algumas habitações circundadas por água.

A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.

Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.

Segundo a Proteção Civil, até às 20:00 deverá verificar-se um agravamento do estado do tempo, sendo depois expectável que a situação comece a estabilizar.

O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.

O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.

Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

Foto: Chaves intemporal



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