O Papa Francisco, através de um decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, concedeu o título de Basílica menor à igreja matriz de Torre de Moncorvo, informou ontem, a 28 de janeiro a Diocese de Bragança-Miranda.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais informa que a decisão foi oficializada a 12 de janeiro; a celebração solene da promulgação do título está prevista para o dia 18 de julho.

A nova basílica está inserida no território da Unidade Pastoral de S. José, Arciprestado de Moncorvo.

“Esta atribuição reconhece a importância deste templo na ação pastoral, litúrgica e espiritual e o seu valor patrimonial e arquitetónico”, destaca a nota de imprensa.

D. José Cordeiro, administrador diocesano de Bragança-Miranda e arcebispo metropolita eleito de Braga, recebeu a notícia “com gratidão à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos”, da Santa Sé, considerando que este é “um sinal da memória agradecida do arcebispo Santo S. Bartolomeu dos Mártires, que ao tempo terá pensado na criação de uma diocese cuja sede fosse naquela igreja matriz”.

O dia 18 de julho de 2022, memória de São Bartolomeu dos Mártires, será o dia do aniversário da Basílica.

O início da construção da igreja matriz de Moncorvo (Nossa Senhora da Assunção) remonta ao ano de 1544 no local de um templo paroquial primitivo.

Situada no Largo General Claudino, em pleno centro histórico da vila, a nova Basílica apresenta um estilo quinhentista, com uma fachada onde domina uma possante torre sineira, com relógio, e rematada por balaustrada.

A capela-mor ostenta na parede fundeira um retábulo barroco de talha dourada, e nas paredes laterais frescos alusivos a cenas bíblicas, entre as quais uma “Última Ceia”.

A igreja é um dos imóveis com maior valor arquitetónico do distrito, considerado mesmo Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910.

A proposta de elevação a Basílica foi lançada por D. José Cordeiro e contou com a colaboração da Conferência Episcopal Portuguesa (que na Assembleia Plenária de junho de 2020 deu parecer positivo), do Conselho Presbiteral da Diocese de Bragança-Miranda, da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, da Direção Regional de Cultura do Norte, da Junta de Freguesia de Moncorvo, da Unidade Pastoral de São José e de muitas pessoas e instituições.

Na Igreja Católica há “basílicas maiores” e “basílicas menores”; a palavra basílica, com origem nos termos gregos ‘basileus’ (rei) e ‘basilikos’ (real), era utilizada na Roma antiga para designar grandes edifícios de reunião.

Agência ECCLESIA

 

Conservação e restauro das pinturas murais da capela-mor

 

 

A capela-mor da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, agora Basílica menor,  possui uma pintura integral, sobre granito na abóbada de berço, cornija, arco cruzeiro e enxalços dos vãos, e sobre reboco nas paredes. O conjunto pictórico denota o resultado do mau estado de conservação do edifício, particularmente as pinturas sobre reboco dos alçados. A degradação resultou sobretudo de infiltrações de águas pluviais, provenientes quer das coberturas, quer dos vãos. As intervenções realizadas no edifício pela Direção Regional de Cultura do Norte, nos últimos anos, atuaram sobre as referidas causas de degradação. Agora, os trabalhos constarão, genericamente, de estabilização do suporte e revestimentos pictóricos. 

Esta empreitada foi objeto de consulta prévia tendo sido efetuada a adjudicação à empresa Intonaco, Conservação e Restauro pelo valor de 56.780,00 €, a que acresce a taxa de IVA. 

A obra iniciou-se ainda no passado mês de Dezembro de 2021, com a execução dos trabalhos preparatórios de análise e diagnóstico, encontrando-se já a decorrer a intervenção de conservação e restauro das pinturas. 

Esta intervenção insere-se no âmbito de uma candidatura para requalificação e valorização da agora Basílica menor de Torre de Moncorvo, com um valor global de 204.900,00 €,  apresentada pela Direção Regional de Cultura do Norte ao Aviso 2020-87 – Património Cultural do programa NORTE 2020. Esta candidatura inclui também uma empreitada de “Reabilitação do alpendre sul e das portas da Igreja matriz de Torre de Moncorvo” e uma intervenção de “Mapeamento das deteriorações da pedra existentes nos portais da igreja”, ações que se iniciarão durante o ano de 2022.

A Igreja matriz, agora Basílica menor de Torre de Moncorvo encontra-se classificada como Monumento Nacional pelo Decreto de 16-06-1910 e, sendo propriedade do Estado Português, encontra-se afeta, para efeitos de gestão e abertura ao público, à Direção Regional de Cultura do Norte.



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