A Rota do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro já foi definida e está disponível num guia de 133 páginas que apresenta a oferta turística, económica e cultural da região. Este projecto baseou-se na tradição local da produção de azeite.
Foi apresentado, no Pinhão, no passado dia 27 de Novembro, o guia da Rota do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro. A iniciativa, da Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM), em parceria com a Região de Turismo do Nordeste Transmontano e com a Associação de Olivicultores de Trás-os- -Montes e Alto Douro, tem como principal objectivo promover turisticamente a zona abrangida pela Rota (ver caixa) e, ao mesmo tempo, dar visibilidade à produção de azeite, funcionando assim como elemento potenciador desta actividade económica.
A informação apresentada no guia está dividida em dois grupos. Um deles diz respeito ao azeite: os produtores, lagares, embaladores, pontos de venda, de visita e de provas. O segundo grupo tem como tema o lazer: alojamento, restauração, património, pontos de interesse, artesanato e eventos, entre outros.
O presidente da ACIM e da Rota do Azeite, Jorge Morais, explicou na apresentação do guia que este será "a principal ferramenta de trabalho para dinamizar turisticamente a região, divulgando todos os seus sabores e saberes, que são transmitidos pelos aderentes da Rota". Espera-se agora que sejam colocadas, "em breve", as placas de sinalética rodoviária identificativas da Rota.
Até 2006, a Rota do Azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro contará com um orçamento que ronda os 450 mil euros.
O presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, Meneres Manso, presente nesta cerimónia, sublinhou a "importância" da Rota do Azeite e do seu guia, mas considera que "ainda há muito a fazer por este produto". O dirigente defende que a região de Trás-os--Montes deve apostar na "qualidade" do seu azeite, para assim poder concorrer com o azeite vindo do estrangeiro, nomeadamente de Espanha, que "chega ao mercado português a preços muito baixos". "Temos de evidenciar, no estrangeiro, a qualidade do nosso azeite", salientou o responsável, de modo a "conquistar os consumidores de nível alto e médio dos mercados externos", como é o caso do Brasil, Noruega, Japão ou Austrália, onde o azeite português "começa já a ter alguns adeptos".
Meneres Manso adiantou ainda que, este ano, os 25 a 30 mil olivicultores da região esperam uma produção média "para o fraco", devido à chuva que se fez sentir durante o ano. No entanto, garante que o azeite "será de boa qualidade", salientando que é precisamente nesta região que se produz cerca de metade da produção nacional de azeitona de mesa, 32 por cento do azeite e onde são já comercializadas 10 marcas deste produto.