Um grupo composto por cerca de 30 proprietários agrícolas da freguesia do Felgar, concelho de Torre de Moncorvo, criou um núcleo para salvaguardar os seus direitos enquanto donos dos terrenos que vão ficar submersos quando a albufeira da barragem do Baixo Sabor começar a encher.

A futura albufeira abrange quatro concelhos, Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, estimando-se que a reserva de água se estenda por cerca de 50 quilómetros.

Na opinião dos agricultores, toda a freguesia do Felgar será um das mais afectadas em termos de perda de rendimento agrícola, já que terrenos de cultivo de olival e amendoal e casas de lavoura e outros imóveis existentes no lugar de Celhades vão ficar submersos.

\" Não sabemos quais são as intenções da EDP, vamos ficar sem propriedades e desconhecemos de que forma vamos ser compensados pelas perdas causadas pela barragem. Apesar de haver algumas garantias por parte da EDP, temos de ser melhor informados, \" argumenta José Rachado, um dos agricultores lesados. Outras das reivindicações dos proprietários passam pela criação de acessos viários às duas margens do rio e a construção de uma rede eléctrica que permita a rega mecanizada das culturas que resistirem aos efeitos da barragem, visto que a freguesia tem terrenos agrícolas em ambas as margens do rio.

Os agricultores demonstram que há muitas dúvidas que têm de ser esclarecidas, nomeadamente no impacto que a futura albufeira possa ter na agricultura tradicional já que se teme que a região sofra alterações climatéricas. Além destes aspectos, o recém-criado núcleo já decidiu em plenário que pretende defender os interesses de todos no que diz respeito às indemnizações.\" Queremos que as terras sejam bem pagas e que haja valores distintos para os campos que são cultivados e para as terras abandonadas\" alerta o proprietário.



PARTILHAR:

Investigadores UTAD premiados

Gastronomia em destaque