Os produtores de Cordeiro Terrincho mostram-se apreensivos em relação ao escoamento desta carne DOP (Denominação de Origem Protegida) para a Páscoa, que este ano acontece mais cedo que o habitual, o que poderá estar a condicionar as vendas.
Em declarações à Lusa, Carlos Sousa, dirigente da Associação de Produtores da Ovinos da Terra Quente, com sede em Torre de Moncorvo, considera que este ano está a ser atípico, com a Páscoa a celebrar-se ainda em março, mais cedo do que nos últimos anos, o que está a afetar a comercialização deste produto.
“Saímos da época dos enchidos e fumeiro e a Páscoa já está à porta, o que, aliado à falta de poder de compra, poderá condicionar as vendas. Mas os apreciadores não deixam que esta iguaria falte às suas mesas”, observou o também produtor no concelho de Macedo de Cavaleiros.
Carlos Sousa explicou que, mesmo com este condicionamento do calendário, este produto tem saída, principalmente para a zona do Grande Porto e Minho, onde se mantém o hábito do consumo de cordeiro na Páscoa.
“Trata-se de um produto de excelência e o seu valor é mais alto, o que pode levar a alguma retração por parte do consumidor”, frisou.
Apesar dos receios no volume das vendas, os produtores afirmam que se trata de uma carne de qualidade e que se vai vendendo, mas não ao ritmo de outros anos, apontado para o consumo no seio das famílias mais tradicionais e ligadas ao setor da pastorícia.
“A população mais idosa desta região nordestina ainda tira o seu borreguinho para mesa de Páscoa que é degustado em família, uma tradição muito em uso”, observou este dirigente associativo.
Por seu lado, Bruno Cordeiro, um produtor de Moncorvo, refere que se trata de uma carne que é “um luxo”.