A produção de azeite deve atingir, este ano, o valor mais elevado dos últimos 15 anos, apesar do Inverno chuvoso que provocou quebras generalizadas noutras culturas agrícolas, segundo dados estatísticos preliminares.

As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontavam, a 31 de Janeiro para uma produção recorde do olival: 420 mil toneladas de azeitona para azeite.

A produção de azeite deve aumentar cerca de 10 por cento face à campanha 2008/2009, atingindo 646 mil hectolitros, apesar da quebra de produção em Trás-os-Montes (-20 por cento), uma das principais regiões produtoras de azeitona.

No Alentejo, prevê-se um aumento de 45 por cento na produção de azeite, para o que contribuiu a entrada em plena produção dos olivais intensivos.
O INE revela também que a área ocupada com cereais continua a diminuir e foi agravada na atual campanha pelo inverno chuvoso, que afetou também as plantações de batata.

O inverno de 2009/2010 caracterizou-se por ser particularmente rigoroso, com baixas temperaturas, precipitação intensa e vento forte.

As condições meteorológicas adversas prejudicaram as sementeiras e o crescimento de cereais em praticamente todas as regiões, prevendo-se uma quebra acentuada na produtividade da ordem dos 25 por cento para o trigo mole e trigo duro, 20 por cento para o triticale (híbrido) e 15 por cento para a aveia.

De acordo com dados do ministério da Agricultura, na região de Lisboa e Vale do Tejo as áreas semeadas foram inferiores às do ano anterior, sobretudo nas zonas do Oeste, Golegã e Península de Setúbal \"porque foi praticamente impossível, entrar nos terrenos para efetuar os trabalhos que antecedem a sementeira, a partir de meados de novembro\".

A batata foi outra cultura afetada devido ao excesso de água e às geadas tardias. O último boletim agrícola do INE, relativo a março, prevê uma diminuição das áreas plantadas, quer da batata de sequeiro (-10 por cento), quer da batata de regadio (-20 por cento)

Registaram-se também prejuízos significativos nas culturas hortícolas e nos citrinos.

O ministério da Agricultura indica que Trás-os-montes foi exceção, já que a produção de laranja deve aumentar 2 por cento, apesar dos ventos fortes e geadas.

No Algarve, as intempéries debilitaram muita fruta nas árvores e afetaram sobretudo as variedades tardias. As variedades temporãs de laranja devem ter aumentos de produção: 16 por cento no Barlavento, 9 por cento no Centro e 17 por cento no Sotavento

A cultura do morango foi bastante prejudicada na região de Lisboa e Vale do Tejo devido ao mau tempo.

O mesmo aconteceu no Alentejo devido aos danos nas estruturas de proteção das culturas do morango e framboesa e no Algarve que sofreu prejuízos nas culturas de morango e papaia em estufa.

No setor dos hortícolas verificou-se uma \"diminuição drástica da oferta de alface em Lisboa e Vale do Tejo, na área de mercado do Oeste devido à intensa precipitação de Dezembro\".

Houve também dificuldades nas colheitas de alho francês, cenoura e batata e redução na oferta de tomate.

No Algarve ficaram destruídos 31 hectares de estufas com culturas de tomate, pimento, melão, feijão verde alface.

Segundo o Instituto de Meteorologia, a 31 de março, 76 por cento do território continental encontrava-se em situação de chuva severa a extrema. O passado mês de março foi o mais frio dos últimos 24 anos.



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