O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) apresenta, na sexta-feira, ao Governo uma proposta para a criação de uma nova escola superior, em Chaves, no distrito de Vila Real, com licenciaturas dedicadas ao turismo e bem-estar.

A ideia nasce do trabalho que o politécnico tem desenvolvido nos últimos anos na área do potencial ligado ao termalismo e à água na zona do Alto Tâmega, e já foi aprovado pelos órgãos internos do IPB, carecendo agora da autorização da tutela para avançar.

O projeto será apresentado na sexta-feira, no Campus da Água, em Chaves, ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, numa cerimónia em que estará também presente a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, como disse hoje à Lusa o presidente do politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues.

O presidente do IPB acredita que o ministro da tutela “terá uma opinião política favorável” à criação da nova escola que ainda não estará a funcionar com oferta de licenciaturas no próximo ano letivo, devido à logística que implica a aprovação para a criação do que se pretende que venha a ser o Campus da Água.

A proposta do politécnico de Bragança é valorizar o cluster da água e termalismo com três licenciaturas, nomeadamente Direção Hoteleira, Fisioterapia e Termalismo e Restauração.

O processo interno está concluído com a aprovação, em maio, por parte das cinco escolas do IPB deste novo projeto e, a 12 de julho, do Conselho Geral do instituto.

A nova Escola Superior de Hotelaria e Bem-estar será agora submetida à apreciação governamental, de quem depende o avanço do projeto, já que, nos termos do Regime Jurídico do Ensino Superior, “a criação, transformação, cisão, fusão e extinção de escolas de instituições de ensino superior públicas carece de autorização prévia do ministro da tutela”.

Se a escola for aprovada, o presidente do IPB explicou à Lusa que será necessário criar uma comissão instaladora que preparará o processo, sendo certo que no ano letivo que arranca em setembro não haverá ainda condições para avançar com as licenciaturas.

O IPB continuará, entretanto, a ministrar os Cursos Técnicos Superiores Profissionais e as pós-graduações que já oferece nesta zona do Alto Tâmega, assim como a desenvolver o trabalho de investigação e parceria com as entidades regionais no Laboratório Colaborativo AquaValor.

Segundo o presidente do IPB, foi este trabalho realizado nos últimos anos que motivou a proposta para a criação da escola superior assente numa estratégia de somar mais estudantes aos cerca de 150 que frequentam a oferta existentes, nomeadamente internacionais.

A ligação do Alto Tâmega a Espanha torna esta zona numa das populosas de Trás-os-Montes, como destacou Orlando Rodrigues como um dos fatores que pesou na decisão, assim como tratar-se de uma região onde o IPB capta “muitos alunos”.

Na decisão do politécnico de Bragança pesou também o facto de o Alto Tâmega não ter ensino superior público e a vontade que as instituições locais manifestaram, segundo o presidente do IPB.

O Campus da Água deverá funcionar provisoriamente dividido entre as instalações do Laboratório Colaborativo do AquaValor, nas instalações da Escola Profissional de Chaves, cedidas pela câmara local, e nas instalações do Balneário Pedagógico de Investigação e de Desenvolvimento de Práticas Termais de Vidago.

O IPB tem atualmente cinco escolas superiores, em Bragança e em Mirandela, com nove mil alunos, um terço dos quais internacionais, e oferta formativa dos cursos técnicos aos mestrados.

O IPB que juntar a Escola Superior de Turismo e Bem-estar, em Chaves, à de Comunicação, Administração e Turismo de Mirandela, e de Saúde, Educação, Agrária e Tecnologia e Gestão, em Bragança.

Foto: IPB



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