O Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) anunciou hoje que vai apresentar uma proposta na Assembleia da República para a classificação como paisagem protegida do vale do Tua, atravessado pelo comboio entre a foz deste rio e Mirandela.
No final de uma visita de dois dias à cidade de Vila Real, no âmbito da iniciativa «Pelo comboio é que vamos», Manuela Cunha, da Comissão Executiva do PEV, disse que o partido defende que o vale do Tua deve ser classificado como paisagem protegida.

A proposta vai ser apresentada no reinício dos trabalhos na Assembleia da República, em Setembro, e pretende travar a construção da Barragem na foz do rio Tua, que iria inundar a linha ferroviária que liga actualmente as estações do Tua e de Mirandela. Se a intenção da EDP de construir uma barragem na foz do Tua avançar, esta linha ficará completamente submersa.

Manuela Cunha diz existirem outras alternativas à construção da barragem, como por exemplo, as mini-hídricas, e considerou que o comboio é, por si só, um \\\"factor de poupança de energia\\\". O comboio subiu o Tua em direcção a Mirandela pela primeira vez em 1887. A ligação a Bragança foi inaugurada em 1906 e suspensa em 1992.

São 124 os passageiros que, em média, percorrem diariamente os 54 quilómetros da linha do Tua, e a exploração deste troço foi entregue à empresa do Metro de Mirandela em 2001. A campanha \\\"Pelo comboio é que vamos\\\" teve início no sábado e durante uma semana vai levar uma comitiva de cerca de 30 pessoas às linhas do Corgo, Tua e Tâmega, que \\\"Os Verdes\\\" consideram que podem estar na iminência de encerrar.

Esta manhã uma delegação de dirigentes do partido entregou na Câmara de Vila Real e no Governo Civil local um manifesto em defesa da ferroviária nacional.

\\\"O comboio pode ser uma resposta para o futuro em termos de segurança, menos poluição ambiental, poupança energética e desenvolvimento local e regional\\\", salientou a responsável.

Referiu ainda que, através dos contactos mantidos com autarcas e populações locais, a conclusão é que \\\"todos defendem unanimemente a continuidade do comboio\\\".

O vice-presidente da Câmara de Vila Real, Nazaré Pereira, afirmou que a autarquia está disponível para parcerias (públicas e privadas) que \\\"viabilizem a exploração da linha do Corgo\\\".

A prioridade, para o autarca, passa por manter a linha a funcionar ao serviço da população como meio de transporte público e do turismo.

António Martinho, governador civil de Vila Real, disse que \\\"não há motivo de alarmismo\\\" porque o Governo ainda não tomou nenhuma decisão relativamente ao encerramento das linhas e defendeu que o serviço ferroviário deveria ser melhorado em termos de qualidade.



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