O primeiro orçamento da coligação PSD/CDS-PP à frente da Câmara de Vila Flor foi aprovado por unanimidade, depois de o PS, partido que geriu durante 28 anos a autarquia, considerar que o documento corresponde ao programa socialista.

O valor de 14,5 milhões de euros é praticamente igual ao do orçamento de 2021, o último do antigo presidente Fernando Barros, que perdeu as eleições em setembro e assumiu o lugar de vereador no executivo municipal, onde o PSD tem três eleitos e o PS tem dois.

O socialista justifica que “80 a 90% dos investimentos previstos vêm de trás” e ao fim ao cabo este orçamento corresponde ao programa do PS, pelo que tinha de votar favoravelmente, argumentando que não está na Câmara “para castigar por questões políticas”, mas para que o concelho progrida.

O novo presidente daquela autarquia do distrito de Bragança, Pedro Lima, diz que “é uma atitude de louvar da oposição”, mas ressalva que “ser contra por ser contra seria difícil de justificar”, depois “do sentimento de mudança expresso nas últimas eleições pela população”.

O autarca salienta que o que distingue este orçamento e as opções é “o olhar para setores que estavam esquecidos, a parte social, as pessoas”.

Pedro Lima destaca as medidas para a população idosa, como a universidade sénior, que arrancará ainda este ano, ou um programa de pulseiras de alarme, com a finalidade de combater o isolamento, num concelho com pouco mais de quatro mil habitantes.

As medidas que pretendem implementar envolvem sempre parcerias com outras instituições locais, com o propósito de envolver a comunidade, o que se aplica também ao programa “Da Natalidade à Universidade” destinado a apoiar todo o percurso dos mais novos para os manter ligados à terra e assim fixar população.

Quanto à gestão financeira do município, o autarca reconhece que “há dinheiro no banco” - o antecessor falou numa liquidez de 35 milhões de euros -, mas diz que encontrou faltas em tudo, desde “recursos humanos, ao desleixo na manutenção de edifícios públicos”.

“A Câmara de Vila Flor tem falta de tudo, menos de dinheiro no banco. É como aquelas pessoas que passam a vida a poupar, acumulam dinheiro, mas que não têm uma vida minimamente confortável”, comparou.

O anterior presidente a atual vereador, Fernando Barros, enumera o conjunto de investimentos que deixou em andamento, desde o reforço do regadio deste concelho que faz parte do fértil Vale da Vilariça, a obras nas aldeias, abastecimento de água onde falta no concelho.

Fernando Barros espera que a nova liderança dê seguimento a este e outros projetos como o Encontro de Artes Graça Morais, com uma residência do artista, na sede de concelho.

O município de Vila Flor continua, em 2022, a aplicar a taxa mínima de 0,3% do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a devolver aos contribuintes a totalidade dos 5% a que tem direito no Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS) cobrado no concelho.



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