Miranda do Douro vai acolher na primeira semana de 2023, através de uma iniciativa “inovadora”, um conjunto de 15 trabalhadores remotos ligados a vários ramos de atividade, disse hoje à Lusa fonte ligada ao projeto.

“Pretende-se que esta experiência inovadora tenha um impacto positivo no território, por isso, além de promover o consumo dos produtos e serviços locais, vão ser dinamizadas várias ações que visam a interação com as comunidades e associações locais e que envolvem pessoas de vários escalões etários altamente qualificados”, explicou Andréa Barbosa, membro da Associação Rural Move, a entidade promotora da iniciativa.

De acordo com a responsável, pessoas das mais distintas profissões, tais como investigadores, tradutores, consultores, designers, freelancers, entre outros profissionais, integram este projeto, cujo principal objetivo é dar a conhecer Miranda do Douro, promovendo o concelho como um território atrativo para trabalhadores remotos e possíveis investidores.

Os 15 trabalhadores remotos vão trabalhar maioritariamente a partir do Centro de Formação Agrícola de Malhadas, mas também a partir de outros pontos do concelho.

O projeto teve um financiamento inicial de 20 mil euros, para começar a sua atividade, através da Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

“Sabendo que o trabalho remoto é hoje uma das grandes oportunidades para os territórios de baixa densidade atraírem e fixarem população, especialmente população mais jovem e qualificada, há ainda vários desafios na implementação destas estratégias, como por exemplo, a questão das infraestruturas de apoio, o desconhecimento do território e a falta de ligação à comunidade local”, especificou.

Assim, este tipo de iniciativas pretende dar a conhecer o território e as suas potencialidades, ajudando a melhorar as estratégias de atração deste público-alvo.

"Estes 15 trabalhadores remotos vão trabalhar em dois tempos. O primeiro em ambiente de sala e um segundo na pesquisa dos valores e da tradição local, como é caso dos trabalhos em burel, produtores regionais, turismo local, entre outras oportunidades”, explicou Andréa Barbosa.

O coordenador da Rural Move e investigador na Universidade de Aveiro, João Almeida, disse que há uma noção das dificuldades existentes no interior, principiante, ao nível das comunicações de dados.

“A parte material deste tipo de projeto ainda conta muito, nomeadamente as condições do sinal da internet. Se não existir internet e um espaço físico com condições para trabalhar, é mais um desafio que conta para a instalação deste tipo de iniciativa. Mas nós olhamos mais para as oportunidades que existem nestes territórios”, disse.

A organização desta experiência piloto de âmbito rural está a cargo da Associação Rural Move e do município de Miranda do Douro, que desde 2020 têm colaborado na promoção e dinamização deste concelho raiano como território aberto ao investimento e a novos residentes.

Foto :AP



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