Os moradores do lugar de Nantes, que há alguns meses puseram em Tribunal uma acção popular para defender um caminho público, na passada segunda-feira, foram à Câmara de Chaves pedir a intervenção do presidente. Isto porque não estão dispostos a esperar pela decisão do tribunal para resolver o problema. \"Já que o caminho é público, deve ser a Câmara a repor a devida ordem\", referiu Manuel Rodrigues, um dos moradores mais afectados com a \"eliminação\" daquela via, pois ficou sem acesso à sua propriedade por um lado.

Conforme noticiou o Semanário TRANSMONTANO na edição do passado dia 4 de Outubro, estes cidadãos alegam que um indivíduo, Zeferino Afonso, se está a \"apropriar\" de parte de um caminho público, incluindo-o na área de um terreno onde está a concluir uma vivenda. Os moradores alegam inclusivamente que Zéferino Afonso alterou as confrontações da sua parcela nas Finanças e que aumentou a área que comprou em cerca de 450 metros. Duas \"manobras\" que também já foram denunciadas ao Ministério Público, através de uma queixa subscrita por quatro moradores daquela localidade.

O caminho em causa foi rasgado há cerca de 28 anos pelo proprietário de uma quinta agrícola, António Sousa, quando decidiu dividir aquela terra em parcelas para venda de lotes. Existe, aliás, um documento onde o proprietário da quinta declara que doou o terreno ao domínio público. E na passada segunda-feira, António Sousa também fez parte da comitiva que foi à Câmara para atestar isso mesmo.

O referido trilho liga duas ruas, a City e a da Lama. Mas agora, segundo alegam os moradores de Nantes, essa ligação não existe e aquela via, que tinha saída, foi transformada num \"beco\". Mas além disso, dois moradores queixam-se que o aterro que Zéfiro Afonso colocou naquele lugar impede o normal escoamento das águas das chuvas, que, por isso, lhes invadem as suas propriedades.

\"Se a Câmara não fizer nada, nesta ou na próxima semana, meto uma retroescavadora e mando desobstruir o espaço que me está a prejudicar\", garantiu o morador Manuel Rodrigues à entrada da reunião com a Câmara. \"Há pessoas que já nem queriam vir cá [à Câmara] e estavam dispostos a resolver o caso abrindo o caminho com picaretas\", disse, por sua vez, outro morador, Manuel Barrigas, que sugeriu até aos seus conterrâneos que, depois de resolverem esta questão, o caminho se passe a chamar \"resgatado\".

No entanto, os ânimos acalmaram-se depois do vereador da Câmara, António Cabeleira, que substituiu o presidente na reunião, ter assegurado que a autarquia vai abrir o referido caminho. Isto, depois de se proceder previamente ao levantamento topográfico do local e do referido projecto de execução da obra ser aprovada em Reunião de Câmara.

\"Se, depois de tomarmos esta atitude, alguém se sentir lesado que coloque a Câmara em Tribunal\", referiu António Cabeleira, referindo-se ao alegado usurpador do caminho público.

Confrontado com a nova tomada de posição dos moradores de Nantes, Zéfiro Afonso, preferiu não tecer quaisquer comentários, alegando, de resto, que aguarda pela decisão do Tribunal.



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