O partido Livre assinalou hoje o reínicio da atividade política após o verão em Miranda do Douro, com a Iniciativa “Os Setembrista” de olhos postos nos territórios do interior, na cultura e língua mirandesa, ambiente e desenvolvimento sustentável.

“Aqui [Miranda do Douro] começa Portugal e dizem de certa forma que se trata da periferia de Portugal. Contudo, é a região mais próxima do centro do continente europeu que nós temos. Portanto, é preciso não esquecer que somos um todo nacional e só valorizando o conhecimento e o território e foi o que fizemos: escutar, mais do que falar, o que poderá ajudar o país a ter uma economia mais avançada e uma sociedade mais inclusiva”, disse à Lusa o fundador do LIVRE e atual deputado, Rui Tavares.

A comitiva do Livre passou a manhã no Centro de Recria de Burros Mirandês, em Atenor, concelho de Miranda do Douro, para depois se seguir uma conversa aberta entre Rui Tavares e Mar Garcia, ex-secretária-geral do Partido Verde Europeu subordinada ao tema “A Esquerda verde: mobilização e desafios na Europa”.

Nesta escola de fim de verão, o parlamentar do Livre frisou que os grandes partidos políticos na cena nacional que elegem por todo o país dão início às suas reentradas no Algarve, “porque é lá que se encontram os eleitores do Porto e Lisboa”.

 “O Livre por vezes é acusado de ser um partido político de Lisboa, por só elegeu um deputado em Lisboa e é verdade que se calhar vai demorar muito eleger deputados em Trás-os-Montes. E viemos para Miranda do Douro, por que desde logo tem um tesouro milenar de que Portugal tem de cuidar muito bem que é a língua mirandesa e agora temos um plano para este idioma fazer a transição geracional e criar valor a partir da própria língua mirandesa”, concretizou Rui Tavares.

Para o parlamentar, atualmente o que é necessário “é valorizar as pessoas, o conhecimento e o território, criando motivos de interesse que ajudem a criar um novo modelo de desenvolvimento que suba os salários e que traga mais gente mais nova que reforce a Segurança Social”.

“Para isto, o Estado, os políticos e os partidos têm que dar o empurrão inicial, e desde logo, por exemplo, fazem com que uma parte dos lucros das hidrelétricas sejam convertidos em financiamento de projetos de base local que permitam valorizar este território. Há muita gente que adoraria residir nesta região tão rica em setores como a agricultura, para isso é preciso haver boas políticas públicas, vincou o líder do Livre.

Rui Tavares defendeu ainda, “que quando num casal, um dos seus membros tem uma oferta de emprego no interior, o outro possa tirar partido do subsídio de desemprego para que também se possa mudar”.  

O Livre organiza desde 2014 “Os Setembristas”, uma iniciativa para o debate de ideias – livre, aberto e amplo – que caracteriza intelectualmente o progressismo.

A abertura do LIVRE ao debate com a sociedade cumpre também um objetivo de cruzamento de perspetivas, que se pretende que seja enriquecedor para membros e apoiantes.

Esta iniciativa tem vindo a ser realizada todos os anos no mês de setembro, homenageando esses precursores do progressismo em Portugal que foram, no século XIX, “os Setembristas”.

Foto: DR



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