O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, anunciou ontem a criação de um portal para os jornais regionais poderem disponibilizar «online» a sua informação para os emigrantes portugueses e que o porte-pago sofrerá uma «redução drástica».

Segundo António Braga, que falava em Vila Nova de Cerveira durante um seminário promovido pela União Portuguesa da Imprensa Regional (UNIR), aquele portal, que deverá estar disponível no início de 2007, assumir-se-á como “um importante contributo” para os jornais chegarem às comunidades portuguesas.

Este portal poderá funcionar, de alguma forma, como “alternativa” ao envio dos jornais para o estrangeiro, já que, como garantiu o governante, o porte-pago “prepara-se para sofrer uma redução drástica”, que não precisou.

“A prática da subsídio-dependência tem os dias contados”, referiu António Braga, desafiando a imprensa regional a “agarrar o desafio da auto-sustentablidade”.
Em jeito de sugestão aos proprietários dos jornais, lembrou que estão identificadas no estrangeiro mais de 120 mil empresas tuteladas por emigrantes portugueses, das quais cerca de 20 mil são “grandes empresas, algumas até cotadas na bolsa”.

Apelou, assim, a uma “pedagogia crescente” junto dessas empresas e das comunidades emigrantes em geral para a necessidade de “todos pagarem” para a manutenção desse “vínculo linguístico e da cultura portuguesa”.
António Braga disse que, neste momento, há cerca de 5,7 milhões de portugueses e luso-descendentes espalhados pelo mundo.

“A imprensa local é, no seu todo, muito mais lida do que a imprensa nacional”, sublinhou. O presidente da UNIR, Aníbal Araújo, disse não ter dúvidas que o porte-pago “vai ser extinto”, o que, na sua opinião, significará “uma machadada e um forte abalo” em muitos títulos.
“É lamentável, mas vamos ter que estudar a melhor forma de dar a volta por cima. A crise acaba por constituir um desafio”, sustentou.

Aníbal Araújo não deixou de reconhecer a necessidade de “disciplinar” a atribuição deste tipo de apoio, porque “há muitos jornais que apenas vão buscar o porte-pago na altura de eleições e passados poucos meses extinguem-se, depois de cumprida a sua missão de «informar» para esse acto eleitoral”. Admitiu igualmente que há jornais regionais “a mais e defendeu mesmo a instituição de um alvará”, a exemplo do que acontece com as rádios jornais, para acabar com situações de existência, numa pequena vila ou cidade, de “sete, oito ou nove títulos”.

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700 Títulos registados

Neste momento, e segundo Aníbal Araújo, há entre 600 e 700 títulos registados no Instituto da Comunicação Social, mas no total deverão existir em Portugal perto de mil jornais.



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