A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Chaves está muitas vezes parada por falta de médicos e o socorro tem de ser prestado pelas ambulâncias. A eficácia do socorro pré-hospitalar no Alto Tâmega, depois do encerramento do SAP de Vila Pouca de Aguiar e da Maternidade de Chaves, passou a ser garantido pela VMER, que cobriria a região na totalidade, 24 horas por dia e durante os 365 dias do ano.

Mas o que se passa no terreno é diferente. Por falta de médicos, a VMER, quer de Chaves quer de Vila Real, está muitas manhãs inoperante e o socorro por parte dos profissionais especializados, acaba por não ser dado nas garantias que o Ministério da Saúde prometeu.

Na cidade de Chaves, por exemplo, ao que conseguimos apurar, e apesar da VMER já funcionar desde 2004, é rara a quarta ou sexta-feira, no turno da manhã, que esteja a funcionar. Segundo o seu responsável, o cirurgião Jorge Costa, essa lacuna deve-se ao facto da viatura não ter um quadro próprio.

\"As VMERs são asseguradas com os médicos e enfermeiros de hospitais e centros de saúde fora dos seus horários de serviço, e como devem calcular é muito complicado arranjar disponibilidade por parte de um quadro de médicos, que se fizerem noite na urgência ao outro dia de manhã têm consultas\", explica.

O responsável garante ter condições para cobrir o serviço em termos de enfermagem, pois \" a seguir a uma noite na urgência os profissionais têm direito às folgas e conciliando-as entre eles garantem o serviço.\" Com os médicos a história tem sido bem diferente. Como há falta de profissionais, a grande maioria tem horários acrescidos e fazem 42 horas semanais. Assim torna-se \" muito difícil acumular disponibilidade para prestar serviço na VMER\", diz o médico responsável pelo serviço.

As Ambulâncias de Suporte Imediato e Básico de Vida (SIBV), colocadas em Chaves e Montalegre, foram outra das contrapartidas dadas pelo então ministro Correia de Campos para colmatar o encerramento de serviços médicos na região, nomeadamente da maternidade. No entanto, se não houver VMER, as grávidas da região são transportadas por Técnicos de Ambulâncias, que na grande maioria dos casos, e segundo o DN apurou, nunca assistiram a um parto.

A VMER de Chaves foi criada para cobrir a região do Alto Tâmega, para que a população, mais distante dos serviços de saúde, como foi o caso de Vila Pouca de Aguiar, com o encerramento do SAP, fosse socorrida, e só depois transportadas para o hospital de Vila Real ou de Chaves.



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