O presidente da câmara de Torre de Moncorvo disse hoje acreditar que a empresa MTI, desde 2016 concessionária da exploração de ferro no concelho, continuará no projeto apesar de a britânica Aethel Mining ter assumido o controlo da mina.

Nuno Gonçalves defendeu hoje a MTI-Ferro de Moncorvo, S.A. "sempre" procurou novos parceiros para avançarem em conjunto com exploração de ferro naquele concelho transmontano.

A MTI- Ferro de Moncorvo, S.A. assinou em novembro de 2016 o contrato de concessão para a exploração desta mina, que desde terça-feira é controlada pela Aethel Mining Limited.

A Aethel Partners anunciou na terça-feira aquela empresa britânica, “detida exclusivamente" pelo português Ricardo Santos Silva e a americana Aba Schubert, "recebeu aprovação da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) para assumir o controlo da mina de Moncorvo", um "depósito de minério de ferro muito significativo no coração da Europa".

"Como sempre disse, a MTI - Ferro de Moncorvo, S.A. estaria para anunciar os parceiros que estariam com ela no início desta nova vida das minas de Torre de Moncorvo. O que eu penso é que este é um contrato de parceria entre a MTI [Ferro de Moncorvo, S.A.] com uma empresa que tem ‘know-how' suficiente para poder explorar a minas de ferro no concelho", disse à Lusa o autarca social-democrata.

A MTI, Ferro de Moncorvo, S.A. já havia desenvolvido os trabalhos de prospeção e pesquisa prévios ao abrigo de um contrato de 2008, bem como atividade de exploração experimental no âmbito de outro contrato, este de 2013.

A (DGEG) autorizou agora o "controlo da mina" de ferro de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, pela Aethel Mining, que disse esperar colocar Portugal numa "posição de liderança na mineração europeia".

Nuno Gonçalves espera, agora, que a reabertura das minas de Torre de Moncorvo "seja uma realidade".

"Eu não considero isto uma reviravolta no processo de exploração mineira no concelho de Torre de Moncorvo, mas um passo em frente, com entrada de novos parceiros que a MTI sempre disse que queria ter", vincou.

O autarca de Torre de Moncorvo garantiu à Lusa que não se sente "defraudado" com esta situação. O que se pretende é que "haja avanços, e que a exploração das minas seja uma realidade".

"As minas estavam para iniciar o percurso de laboração durante o mês de outubro, e este será mais um passo em frente para ser uma realidade com um novo parceiro que trará saber à empresa concessionária das minas que é a MTI-Ferro de Moncorvo, S.A. que, pelo que me foi dado a conhecer, não se retirou deste processo", indicou Nuno Gonçalves.

Segundo Nuno Gonçalves, a MTI está em "negociações" com os parceiros deste consórcio, "que não limitará a uma parceria financeira e que terá de ter, igualmente, uma parceria técnica e, provavelmente, uma parceria logística”.

“Mas não acredito que a empresa se retire do processo de exploração mineira", acrescentou.

A Aethel Partners referiu na terça-feira, em comunicado, que os seus acionistas "têm uma longa história de sucesso em investimento em ativos de mineração em todo o mundo" e "uma equipa de engenharia especializada em Portugal preparada para iniciar operações".

A Aethel destaca ainda que o seu projeto para o concelho de Moncorvo se "diferencia" do de todos os seus pares pelo "pleno uso da sua visão de sustentabilidade e sensibilidade ambiental".

Numa primeira etapa, a MTI-Ferro de Moncorvo, S.A. estimava a criação de mais de 200 postos de trabalho diretos, a que acrescerão mais 250 nas etapas seguintes. Esperava-se ainda a criação de 800 postos de trabalho indiretos.

Estima-se que a jazida de ferro de Torre de Moncorvo contenha cerca de 80 milhões de toneladas de minério.



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