O presidente do Instituto Piaget, António de Oliveira Cruz, iniciou, no passado dia um, uma greve de fome como forma de protesto relativamente aos \"absurdamente injustos bloqueios que vêm sendo sistematicamente feitos ao que deveria ser o normal desenvolvimento das pessoas e das instituições\". Mas \"a ausência de qualquer atitude por parte do Ministério relativamente à aprovação de cursos que estão há quase três anos para aprovar\", revolta não só o presidente do Instituto Piaget como todos os que trabalham para aquela instituição. Segundo a direccção do Piaget, esta espera na aprovação dos cursos \"tem causado avultados prejuízos\", que já rondam os 20 milhões de euros.

O Núcleo Sol de Vila Real, pertencente ao Instituto Piaget, quis mostrar a sua solidariedade com António de Oliveira Cruz, pelo que, na noite do passado dia quatro, levou a cabo uma vigília junto à Sé. Segundo a directora do Núcleo Sol, Ana Paula Cardoso, a instituição sediada nesta cidade pretende mostrar, desta forma, que \"está ao lado do seu presidente\" e que também \"está preocupada com esta situação\".

Em causa está o reconhecimento de algumas escolas superiores de saúde, uma situação que a direcção do Piaget considera \"da máxima urgência\" e que \"exige uma decisão imediata\". \"O Instituto Piaget foi, e continua a ser, objecto de uma acção consertada de estrangulamento institucional, uma acção que não o atinge apenas a ele, mas atinge igualmente as regiões do interior e os países lusófonos, onde, mais que ninguém, tem contribuído para um forte e sustentado desenvolvimento\", lamenta a direcção do Piaget.

O Núcleo Sol de Vila Real tem 47 trabalhadores, e actualmente é um dos 15 centros do género espalhados pelo país. Com 230 utentes, tem serviços de creche, jardim de infância, primeiro ciclo e centros de apoio ocupacional para jovens portadores de deficiência.

No nordeste transmontano o Instituto Piaget impÎs-se através dos campus de ensino superior de Mirandela e de Macedo de Cavaleiros, compostos por diversas escolas, onde se ministram licenciaturas em várias áreas. Também aqui o apoio a António de Oliveira Cruz foi notório. Na passada terça-feira, estas escolas encerraram as suas portas, como \"forma simbólica\" de mostrarem a sua solidariedade com o presidente do Instituto. E diversos alunos e professores deslocaram-se mesmo à capital, levando consigo um manifesto de apoio onde constavam inúmeras assinaturas recolhidas na região.

Entretanto, António de Oliveira Cruz suspendeu nessa noite a sua greve de fome, aguardando neste momento por uma resposta do ministro da Ciência e Ensino Supe-rior, Pedro Lynce.



PARTILHAR:

Suicídio

Falta de verba ou realismo?