Durante seis meses, quem entrava para o Itinerário Principal 4 (IP4) no nó da Campeã, no sentido de Vila Real, deparava-se com uma placa sinalizadora que poderia induzir os condutores a entrar pelo acesso de saída do IP4 e encontrar pela frente carros a circular no sentido Amarante- Vila Real. A Brigada de Trânsito chegou mesmo a registar alguns casos de automobilistas que entraram naquela via em sentido contrário e tiveram de fazer marcha atrás.

A placa que sinalizava o sentido de Vila Real ficava localizada no lado oposto ao sítio de entrada para o itinerário, junto à berma da estrada. Uma situação que se manteve durante seis meses, altura em que foi aberto ao público o nó da Campeã do IP4, e que foi prontamente resolvida no mesmo dia em que a comunicação social entrou em contacto com o Instituto para a Construção Rodoviária (ICOR).

O alerta para o perigo da má sinalização foi dado pelas mais diversas entidades. Luís Bastos, presidente da Associação de Utilizadores do IP4 (AUIP4), disse ao DTOM que tinha conhecimento daquela situação há vários meses, que ali estava "um convite ao desastre", pois quem seguisse aquela sinalização corria "sério risco de entrar em contramão no itinerário". E, na sua opinião, bastaria uma "mudança da localização da placa" para resolver o problema.

Apesar de não ser uma questão da sua responsabilidade, o presidente da AUIP4 garantiu que, quando teve conhecimento, a sua primeira tentação foi colocar uma outra placa por baixo a dizer: "cuidado, esta indicação engana!".

Também António Lopes, delegado da Prevenção Rodoviária no distrito de Vila Real, referiu que, por diversas vezes, avisou as autoridades para o caso, e não entende como demorou tanto tempo a mudar a placa de sítio. "Não sei quem é o responsável pela obra, mas esse foi um formalismo que se transformou numa capa para quem não quer resolver nada", sublinhou.

Helder Moura, director do ICOR de Amarante, negou responsabilidades na má colocação da sinalização, mas decidiu proceder à alteração da placa pelos próprios meios do instituto, uma intervenção que consistiu na recolocação da placa, que estava localizada na berma esquerda da estrada, no separador central da via. E, segundo disse ao DTOM, a obra de construção do nó da Campeã ainda está a decorrer, portanto a responsabilidade é da empresa construtora. "Há alguns meses fizemos uma vistoria às obras, em conjunto com o empreiteiro, e deparámos com algumas irregularidades, entre as quais a colocação dessa placa. A empresa foi notificada para a sua rectificação, mas tal não aconteceu", afirmou.

Por sua vez, a empresa construtora espanhola também negou culpas. Segundo disse ao DTOM , "a responsabilidade na demora na alteração da placa não é nossa, porque o ICOR é dono da obra e os sinais são colocados segundo planos do próprio ICOR".



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