O Boavista subiu hoje à liderança da I Liga portuguesa de futebol, depois de vencer em casa o lanterna-vermelha Desportivo de Chaves, por 4-1, no jogo que encerrou a quinta jornada.

Tiago Morais (01 minuto), Salvador Agra (05) e Bozeník (11 e 23), que se isolou como melhor marcador do campeonato, fizeram os golos dos 'axadrezados', com Paulo Victor (71) a reduzir para os flavienses.

O Boavista lidera a I Liga, com 13 pontos, os mesmos de Sporting e FC Porto, enquanto o Desportivo de Chaves, ainda sem pontuar, ocupa o 18.º e último lugar.

Desportivo continua sob pressão, treinador José Gomes assobiado pelos adeptos, após  cinco jogos sem pontuar, com uma equipa nova ainda em formação. 



I Liga / Boavista - Desportivo de Chaves (ficha)

O Boavista venceu hoje o Desportivo de Chaves, por 4-1, em jogo da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Porto.

Jogo no Estádio do Bessa, no Porto.

Boavista - Desportivo de Chaves, 4-1.

Ao intervalo: 4-0.

Marcadores:

1-0, Tiago Morais, minuto 01.

2-0, Salvador Agra, 05.

3-0, Róbert Bozeník, 11.

4-0, Róbert Bozeník, 23.

4-1, Paulo Víctor, 71.

Equipas:

- Boavista: João Gonçalves, Pedro Malheiro (Luís Santos, 33), Chidozie, Rodrigo Abascal, Bruno Onyemaechi, Sebastián Pérez, Gaius Makouta, Miguel Reisinho (Ilija Vukotić, 65), Salvador Agra (Masaki Watai, 82), Tiago Morais (Bruno Lourenço, 65) e Róbert Bozeník (Jeriel De Santis, 82).

(Suplentes: Luís Pires, Bruno Lourenço, Luís Santos, Masaki Watai, Ilija Vukotić, Vincent Sasso, Jeriel De Santis, Martim Tavares e Bernardo Conceição).

Treinador: Petit.

- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, Ygor Nogueira, Steven Vitória (Kelechi Nwakali, 37), Bruno Langa, Habib Sylla (João Pedro, 63), Cafú Phete, Ricardo Guima, Rúben Ribeiro (Benny, 64), Sandro Cruz (Leandro Sanca, 37), Héctor Hernández e Paulo Víctor (Jô Batista, 82).

(Suplentes: Rodrigo Moura, Bruno Rodrigues, Benny, João Pedro, Leandro Sanca, Pedro Pinho, Kelechi Nwakali, João Queirós e Jô Batista).

Treinador: José Gomes.

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Ygor Nogueira​​​​​​​ (33), Paulo Víctor​​​​​​​ (45+3), Ricardo Guima (89) e Sebastián Pérez​​​​​​​​​​​​​​ (90+4).

Assistência: 5.222 espetadores.


COMENTÁRIO:

O Boavista reforçou hoje o seu estado de graça, ao golear em casa o lanterna-vermelha Desportivo de Chaves, por esclarecedores 4-1, no encontro de encerramento da quinta ronda da I Liga de futebol, mantendo-se na liderança partilhada.

No Estádio do Bessa, no Porto, as ‘panteras’ alicerçaram um início retumbante com golos de Tiago Morais (39 segundos), de Salvador Agra (cinco minutos) e do eslovaco Róbert Bozeník (11 e 23), ao passo que o brasileiro Paulo Víctor reduziu para os visitantes (71).

O Boavista, que tem convivido com salários em atraso e esteve impossibilitado pela FIFA de inscrever novos jogadores durante o defeso, alcançou os 13 pontos de Sporting e FC Porto, sobressaindo nesse trio de líderes do campeonato pela melhor diferença de golos.

Os ‘axadrezados’ igualaram ainda o melhor arranque da sua história à quinta jornada, ao somarem quatro vitórias e um empate, tal como em 1995/96, numa trajetória inversa à do Desportivo de Chaves, que nunca tinha iniciado uma edição da prova com cinco derrotas consecutivas e continua a ser a única equipa sem quaisquer pontos obtidos em 2023/24.

Se Petit devolveu apenas Bruno Onyemaechi à titularidade em relação ao êxito no Estoril (2-1), José Gomes mudou seis unidades no ‘onze’ da derrota caseira dos flavienses face ao Moreirense (1-2), ao lançar de início Habib Sylla, Steven Vitória, Sandro Cruz, Ricardo Guima, Paulo Víctor e o estreante Rúben Ribeiro, recém-regressado ao futebol nacional.

Indiferente à mini-revolução do Desportivo de Chaves, o Boavista precisou apenas de 39 segundos para chegar à vantagem, com Tiago Morais a marcar na recarga a um ‘disparo’ à meia-volta de Róbert Bozeník defendido por Hugo Souza, que esteve na origem dessa jogada, ao efetuar um passe errado para Miguel Reisinho à saída da área transmontana.

As ‘panteras’ davam o tónico para uma prestação implacável e voltaram a ter o eslovaco como protagonista aos cinco minutos, ao lançar em velocidade Salvador Agra para o 2-0, e aos 11, quando chutou de forma acrobática, após centro na direita de Pedro Malheiro.

Novo sinal da turbulência flaviense surgiu aos 23 minutos, com Reisinho a responder ao alívio de Steven Vitória com um toque de cabeça para a área, onde Bozeník teve espaço para ‘bisar’ e festejar pela quinta vez esta época, superando o registo da época anterior.

Os adeptos do Desportivo de Chaves iam expondo o seu descontentamento com lenços brancos e assobios, vendo Rúben Ribeiro a tentar diluir diferenças aos 35 minutos, num remate que resvalou na trave, antes das entradas de Kelechi Nwakali e Leandro Sanca.

Numa altura em que Pedro Malheiro já tinha saído por lesão, o Boavista foi moderando o ritmo em função das circunstâncias e recuperou ímpeto ofensivo já dentro do período de compensação, com Róbert Bozeník a desviar ao lado uma solicitação de Salvador Agra.

Os pupilos de José Gomes voltaram dos balneários com maior disposição para atacar e importunaram o guarda-redes João Gonçalves através de Sanca, aos 55 minutos, Héctor Hernández, aos 61, e Ygor Nogueira, aos 64, premiando essa insistência com o tento de ‘honra’ de Paulo Víctor, na sequência de uma bola perdida por Bruno Lourenço, aos 71.

Petit aproveitava o avanço do cronómetro para refrescar alguns elementos influentes dos ‘axadrezados’, que só remataram uma vez na segunda parte e passaram mais tempo em zonas recuadas, tendo mantido a margem de três golos com defesas quase seguidas do seu guarda-redes face aos cabeceamentos de Jô Batista e João Pedro nos ‘descontos’.


Boavista - Desportivo de Chaves (declarações)


Declarações após o jogo Boavista-Desportivo de Chaves (4-1), da quinta jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Porto:

- Petit (treinador do Boavista):


“Temos uma identidade e um compromisso de trabalhar todos os dias no máximo para sermos melhores. Só tivemos dois ou três jogadores nas suas seleções durante esta pausa [do campeonato] de 15 dias, que serviu para reforçar algumas ideias e evoluir a nível defensivo e ofensivo. Hoje fomos iguais a nós próprios.

Entrámos muito bem, marcámos quatro golos e tivemos uma primeira parte fantástica. O segundo tempo já não foi tão bom, num relvado algo pesado e irregular. O Desportivo de Chaves reagiu, mas houve deslumbramento da nossa parte. Não fomos tão intensos e agressivos nos duelos, não tivemos bola nem conseguimos sair [para o contra-ataque].

Só podemos controlar o nosso processo e a evolução constante dos jogadores. Temos muita juventude e alguns jogadores experientes, que fazem com que este grupo esteja coeso. Sabemos que há dificuldades, mas vamos trabalhando para que estes resultados apareçam e possamos evoluir. É o nosso compromisso e o ADN que existe no balneário.

[controlo das expectativas] O pensamento é trabalhar, crescer como equipa, chegar aos jogos e dar boas respostas. Não conseguimos jogar duas partidas consecutivas. Temos preparado uma de cada vez. O jogo seguinte vai ser em Braga e assim sucessivamente. Não olhámos para a tabela classificativa, mas sim para o número de pontos que temos.

Sabemos em que posição. [O primeiro lugar] É uma realidade, fruto do trabalho, mas não há deslumbramento. Fui jogador e sei que, quando se está a ganhar por 4-0 ao intervalo, não se é tão intenso na segunda parte, o adversário começa a crescer e escondemo-nos um bocadinho. Como treinador, estou cá para corrigir, preparar o próximo jogo, minimizar o que não fizemos tão bem na segunda parte e reforçar o que fizemos bem na primeira.

[prestação de Róbert Bozeník] Estamos a trabalhá-lo. É um jogador inteligente, que joga muito bem no apoio frontal ou nas costas dos defesas. Essas permutas podem dar-nos variabilidade. O Róbert Bozeník está numa boa fase e esperamos que continue assim”.


- José Gomes (treinador do Desportivo de Chaves):


“Tivemos momentos muitíssimo bons [na segunda parte]. O Boavista não é uma equipa que se deixa vergar, mesmo estando a ganhar. Eles tentaram pressionar-nos e recuperar a bola, mas tivemos muita chegada à baliza deles. O guarda-redes do Boavista foi determinante em vários momentos, pois fez defesas incríveis. Isso resulta das diversas ações ofensivas boas que fomos construindo.

Naturalmente, terei de analisar os erros e a forma como houve três chegadas do opositor a terminar em golo. A quarta não acabou assim, mas teve uma série de ressaltos a partir de um canto até dar em golo. É preocupante a facilidade com que os adversários estão a fazer-nos golos. Era expectável que baixássemos os braços e nos rendêssemos ao jogo.

Contudo, não foi isso que aconteceu. A equipa procurou construir, atacar e lutar até ao último segundo. Vejo isso como um sinal bastante positivo e um alicerce para aquilo que poderá fazer no futuro. Palestra ao intervalo? Fica no balneário. Houve um Desportivo de Chaves de cara lavada, que nunca virou a cara à luta. Não fossem aquelas defesas do João Gonçalves e estaríamos com o mesmo espírito, mas tendo um resultado diferente.

Percebo perfeitamente os adeptos. Eles querem vencer, mas ficaram frustrados quando estão a perder por quatro logo no início e não podem estar satisfeitos. O treinador está dependente dos resultados, da vontade e organização demonstradas pela equipa e da envolvência do projeto. Quando esses vetores se convergem no sentido de que não há mais nada a fazer, o caminho só pode ser um. Agora, na minha visão, faz sentido que se mude e se procure outro treinador quando olhamos para a equipa e não sentimos nada.

Não sei qual foi a vossa perceção desde fora. Eu senti a minha equipa sempre a lutar até ao fim pelo jogo, a disputar as bolas e a querer chegar. Rematámos mais de 20 vezes. É verdade que estávamos atrás [do marcador], mas era expectável que, depois de quatro derrotas nos últimos duelos, a equipa desanimasse e não mostrasse qualquer energia”.

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