As crianças dos primeiro e segundo ciclos do ensino básico de Vila Flor vão poder aprender a tocar órgão de tubos nas atividades escolares a partir do próximo ano letivo, divulgou hoje o município do distrito de Bragança.

Trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal, responsável por estes níveis de ensino, que decidiu disponibilizar esta opção nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) com o intuito também de dinamizar o património do concelho, como disse à Lusa o presidente daquela autarquia do distrito de Bragança, Pedro Lima.

Vila Flor tem num dos santuários mais conhecidos do Nordeste Transmontano, o de Nossa Senhora da Assunção, dois órgãos de tubos.

Um dos órgãos existe desde a inauguração da capela, em 1903, e o outro foi adquirido há dois anos, e ambos servem de inspiração à iniciativa de ensinar às crianças “uma arte que não é fácil de encontrar porque o ensino de órgãos de tubos é muito restrito”, segundo o autarca.

Com o ensino deste instrumento, a partir do próximo ano letivo, aos alunos do primeiro ciclo e dos 5.º e 6.º anos de escolaridade, o município transmontano quer também “disponibilizar às crianças do concelho o património cultural” de “uma forma dinâmica, criativa”.

“Isto não só vai dar uma oferta musical como também uma oferta para usufruto do património natural, ou seja, tirar as crianças de dentro da sala de aula, dar-lhes um pouco de liberdade, colocá-las fora da zona de conforto para que elas também usufruam desse património natural que envolve o santuário, já para não falar do testemunho religioso e musical”, apontou.

Esta atividade será desenvolvida no santuário, com os custos a cargo da autarquia, que já contratou um organista residente.

“A ideia é que dentro das AEC, numa oferta normal de um determinado horário, quem escolher o órgão de tubos se desloque para o santuário, evidentemente tudo dentro de um ambiente escola”, explicou.

O ensino do órgão de tubos, instrumento usado sobretudo nas celebrações religiosas, passará a constar entre as opções de atividades extracurriculares, como a expressão dramática ou informática.

O presidente da Câmara considera “interessante diversificar as AEC porque é a única esperança que há dentro de uma escola, que ainda é muito convencional, de dar um pouco de diferença às crianças para não matar a criatividade das crianças”.

“A ideia é tirá-los do ambiente de sala de aula, das quatro paredes”, vincou, explicando que a atividade dará a conhecer às crianças também a lenda da Senhora da Assunção de Vila Flor e permitirá o contacto com a natureza.

Foto: DR



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