A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAM) mostrou-se hoje "mais aliviada" devido há melhoria na comercialização de carne de bovino mirandês porque o mercado e o Governo corresponderam aos apelos dos produtores em tempo de pandemia provocada pela covid.-19.

"Estamos mais aliviados, mas não inteiramente satisfeitos. Tivemos de mexer no preço pago ao produtor. Contudo, conseguimos duplicar o escoamento de carne de bovino depois de um mês de março péssimo. O Governo teve um papel importante ao apelar à comercialização de produtos nacionais junto das grandes superfícies", concretizou à Lusa o administrador da CAM, sedeada em Vimioso, no distrito de Bragança.

Segundo Nuno Paulo, os produtores entraram em "pânico" no início de março, com os restaurantes a fechar e com entrada em vigor do estado de emergência, tendo sido registadas "situações muito complicadas" no seio dos criadores desta raça autóctone e certificada "que não conseguiam vender os seus animais, dada a forte quebra de mercado".

"Retomámos a atividade e duplicámos as vendas e consequente saída dos animais dos estábulos dos produtores, o que veio melhorar uma situação que era crítica, já que os animais estavam a crescer e não havia escoamento para mercado", vincou o administrador.

Segundo Nuno Paulo, as vendas passaram de 84 carcaças de bovino mirandês abatidas em março, para as 227 abatidas no mês de abril.

"Houve todo um trabalho desenvolvido entre a CAM, confederações e ministério da Agricultura e em conjunto conseguimos resolver uma problemas que tínhamos em mãos, que era escoar a carne de bovino de produção nacional, já que havia a entrada de produto do exterior a preço mais reduzido, o que veio complicar ainda mais as coisas" frisou o responsável.

A CAM tem um acordo com uma cadeia de distribuição de produtos alimentares que vai estar em vigor até setembro.

"Vamos continuar a ter esperança e que nos próximos meses possamos voltar a normalidade", perspetivou Nuno Paulo.

No meio da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a CAM teve de "adaptar" e as vendas 'online' são a nova estratégia desta unidade agropecuária transmontana.

"A cooperativa teve de se adaptar aos novos tempos. Há que ter uma atitude dinâmica e nunca cruzar os braços. As vendas 'online' criavam alguns problemas políticos que tiveram de ser ultrapassados", enfatizou o técnico.

"Começámos a fazer entregas nas casas das pessoas que solicitavam o nosso produto, o que resultou em venda que rondaram os oito mil euros", disse Nuno Paulo

A média de animais abatidos pela CAM rondava os 60 animais por semana.

Em 2019, a CAM comercializou 329 toneladas de carne certificada de bovino de raça mirandesa, o que representa mais de três milhões de euros.



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