O presidente da Câmara de Chaves, distrito de Vila Real, disse hoje à Lusa que a reabertura da fronteira terrestre com Espanha permitirá o regresso progressivo da "capacidade empresarial, atividade económica e normalidade de vida”.

“A reabertura de fronteiras traduz o princípio de um caminho que queremos encetar, que é o desconfinamento e o regresso progressivo à normalidade da nossa economia e atividades”, destacou Nuno Vaz​​​​​​​, autarca de Chaves, cidade que faz fronteira com Verín, na Galiza, em Espanha.

As fronteiras terrestres com Espanha vão reabrir no sábado, anunciou hoje o primeiro-ministro no final da reunião do Conselho de Ministros sobre a última fase de confinamento.

As fronteiras entre Portugal e Espanha estão fechadas desde 31 de janeiro devido à pandemia de covid-19, sendo apenas permitida a passagem, em 18 pontos autorizados, ao transporte internacional de mercadorias, trabalhadores transfronteiriços e de caráter sazonal devidamente documentados, veículos de emergência, socorro e serviço de urgência.

Para Nuno Vaz, a medida anunciada hoje pelo Governo “permitirá retomar a capacidade empresarial, atividade económica e normalidade de vida”.

O socialista realçou que Chaves é uma cidade de fronteira “verdadeiramente raiana” e que é natural para os cidadãos irem às cidades espanholas de Verín ou Ourense, tal como se deslocam a outra cidade portuguesa.

“Esta relação afetiva, emocional e histórica que temos com os nossos vizinhos permitirá incrementar o comércio e também os negócios empresariais”, apontou.

Nuno Vaz lembrou também a importância de Espanha para a economia local “principalmente na área do turismo, restauração e comércio”.

“A abertura de fronteiras é um sinal de esperança para muitos comerciantes”, frisou.

Nas duas últimas sextas-feiras, 16 e 23 de abril, comerciantes galegos de Feces de Abaixo, que faz fronteira com Vila Verde da Raia, em Chaves, realizaram ações de protesto pela reabertura da fronteira.

Na segunda manifestação, que levou ao corte de estrada por parte dos comerciantes galegos, também aderiram ao protesto alguns comerciantes flavienses.

Chaves e Verín, localidades separadas por 28 quilómetros, formam mesmo desde 2008 uma 'Eurocidade', um projeto de cooperação transfronteiriço que envolve a partilha de um cartão de cidadão que dá acesso a piscinas, bibliotecas, eventos, formações ou concursos, bem como uma agenda cultural e, mais recentemente, transportes.

A 'Eurocidade​​​​​​​ Chaves-Verín'​​​​​​​ tinha também defendido em 19 de abril a livre circulação de pessoas nos espaços que ligam localidades portuguesas e espanholas, para minimizar o impacto económico causado pelo encerramento das fronteiras devido à pandemia de covid-19.

Nuno Vaz defendeu que a 'Eurocidade'​​​​​​​ “fez o que era suposto fazer” e embora não deseje ver um novo encerramento de fronteiras, destacou que estes espaços de integração devem “ensaiar soluções para perceber se a livre circulação ou não de pessoas tem influência na disseminação do vírus”.

O presidente da Câmara de Chaves pediu ainda uma reabertura com “cuidados redobrados” para que não seja “uma falsa partida que tenha de ser revertida”.

“Queremos que todos retomem as suas atividades e os seus negócios, mas esperamos que o façam com cuidado, quer para a sua saúde, quer para os clientes”, sublinhou.

Fotografia: AP



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