O campeão Sporting concluiu hoje a I Liga de futebol 2023/24 com um pleno de triunfos em casa, ao vencer por 3-0 o despromovido Desportivo de Chaves, no jogo da consagração ‘leonina’, relativo à 34.ª e última jornada.

No Estádio José Alvalade, o sueco Viktor Gyokeres marcou por duas vezes, aos 23 e 37 minutos, o primeiro de grande penalidade, e reforçou o estatuto de melhor marcador da competição, com 29 golos, antes de Paulinho fixar o resultado, aos 55, naquela que foi a 17.ª vitória dos ‘verdes e brancos’ no mesmo número de encontros em casa.

Os ‘leões’ terminam, assim, o campeonato com 90 pontos, mais 10 do que o segundo classificado, o Benfica, que na sexta-feira empatou em Vila do Conde, enquanto o Desportivo de Chaves despede-se na 18.ª e última posição, com 23 pontos.


I Liga/ Sporting – Desportivo de Chaves

(Ficha)

O Sporting venceu hoje o Desportivo de Chaves, por 3-0, em jogo da 34ª e última jornada da I Liga de futebol, realizado em Lisboa.

Jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

Sporting – Desportivo de Chaves, 3-0.

Ao intervalo: 2-0.

Marcadores:

1-0, Gyökeres, 23 minutos (grande penalidade).

2-0, Gyökeres, 38.

3-0, Paulinho, 55.

Equipas:

- Sporting: Diogo Pinto (Francisco Silva, 82), Neto (St. Juste, 59), Coates, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio (Edwards, 73), Hjulmand (Paulinho, 46), Morita (Daniel Bragança, 73), Nuno Santos, Trincão, Pedro Gonçalves e Gyökeres.

(Suplentes: Francisco Silva, St. Juste, Edwards, Paulinho, Fresneda, Daniel Bragança, Diomande, Eduardo Quaresma e Koindredi).

Treinador: Rúben Amorim.

- Desportivo de Chaves: Gonçalo Pinto, Ygor Nogueira (Bruno Rodrigues, 46), Vasco Fernandes (Steven Vitória, 84), Junior Pius, Habib Sylla, Raphael Guzzo (Sandro Cruz, 46), Guima, Hélder Morim, Paulo Victor (Benny, 68), Leandro Sanca (João Correia, 46) e Jô Batista.

(Suplentes: Rodrigo, Bruno Rodrigues, Benny, Steven Vitória, Rúben Ribeiro, Hector, Carraça, Sandro Cruz e João Correia).

Treinador: Moreno.

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Hjulmand (45+7), Esgaio (48) e Habib Sylla (82). Cartão vermelho direto para Junior Pius (45+6).

Assistência: 48.628 espetadores.


COMENTÁRIO:

Gyökeres abriu caminho para vitória sobre o Chaves na despedida de Neto

O campeão Sporting venceu hoje o Desportivo de Chaves, por 3-0, em jogo da 34ª e última jornada da I Liga marcado pela despedida de Luís Neto, que fez o último jogo pelos ‘leões’.

Com os golos de Gyökeres, aos 23, de grande penalidade, e 38 minutos, o Sporting chegou ao intervalo a vencer e, na segunda parte, Paulinho, aos 55, selou o resultado.

Com o título no ‘bolso’ e o Estádio José Alvalade a ‘rebentar pelas costuras’ (48.628 espetadores), o Sporting entrou para este encontro de forma séria e profissional, muito longe de o tratar como um encontro de ‘exibição’ perante o último classificado da I Liga. Aliás, tal como o Chaves, já relevado à II Liga, que jogou de forma séria, competente e com os argumentos que dispunha, mesmo quando ficou reduzido a 10 elementos, por expulsão Júnior Pius perto do intervalo.

A envergarem um novo equipamento, maioritariamente de cor preta, com faixas verdes e brancas, vaiado pelos adeptos quando foi anunciado pelo ‘speaker’, os jogadores do Sporting entraram melhor no jogo dispuseram de duas oportunidades nos primeiros cinco minutos, com as tentativas de Morita e Gonçalo Inácio.

O Desportivo de Chaves ainda reagiu, embora sem consequências práticas, quando empurrou o jogo para o meio campo e no terreno adversário, num momento em que o Sporting cometeu vários erros no passe e na saída para o ataque.

Balanceados para a frente, os comandados de Moreno foram apanhados em contra-pé, aos 13 minutos, quando Francisco Trincão deambulou na área flaviense, caindo junto à pequena área, na luta pela bola com Vasco Fernandes. O árbitro portuense Manuel Oliveira ainda assinalou grande penalidade, mas com a intervenção do VAR, liderado pelo conterrâneo Rui Costa, a decisão viria a ser revertida.

Contudo estava traçado no destino que o golo do Sporting chegaria de grande penalidade. E novamente após a intervenção do VAR, que provou que Guima aumentou a volumetria do corpo ao cortar uma bola centrada por Morita.

Apesar da insistência do público a pedir que fosse Neto, que realizou hoje o último jogo pelos ‘leões’ (foi substituído por St. Juste, aos 59 minutos debaixo de uma forte ovação), acabaria por ser o ‘suspeito do costume’, Gyökeres, a converter a grande penalidade, aos 23 minutos, com o guarda-redes Gonçalo a atirar-se para um lado e o sueco a rematar para o outro.

Gyökeres voltaria a estar novamente em evidência ao responder positivamente a uma assistência de Ricardo Esgaio, aos 38 minutos, num lance desenhado por Francisco Trincão e Pedro Gonçalves.

Antes do intervalo, o sueco introduziu novamente a bola na baliza do Chaves, mas o golo foi invalidado devido a uma falta de Coates sobre Jô Batista, no início da jogada. Na cobrança deste livre e na sequência de uma disputa de posicionamento, Júnior Pius acabaria expulso por atingir Hjulmand.

Reduzido a 10 elementos, o Desportivo de Chaves entrou na segunda parte de forma mais ofensiva e na busca pelo golo que permitiria reabrir o resultado, mas Paulinho, aos 55, com um remate de primeira, após passe de Nuno Santos, fez o 3-0, matando todas as aspirações flavienses.

Até ao final, destaque para a estreia absoluta do guarda-redes Francisco Silva pelo Sporting, quando rendeu Diogo Pinto, aos 82 minutos, sendo também ele considerado campeão nacional.


I Liga: Sporting – Desportivo de Chaves (declarações)

Declarações após o jogo Sporting – Desportivo de Chaves (3-0), da 34.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje, no Estádio José Alvalade, em Lisboa:

- Adán (jogador do Sporting):


Não tenho razões para estar triste. Vou muito satisfeito com o que consegui nestes quatro anos, portanto estou muito feliz.

Toda a gente sabe que tanto eu como a minha família estamos muito felizes aqui, mas o futebol é mesmo assim, entendo perfeitamente. Agradeço ao clube estes quatro anos que me deu. Termino a época como cheguei, sendo campeão, penso que também é importante sentir-me importante pelo que consegui ao longo deste tempo. Em 50 anos o clube ganhou apenas quatro títulos [de campeões] nacionais e eu tenho dois. Isso deixa-me satisfeito, agradecido e feliz para iniciar outra etapa.

Agora vou desfrutar deste momento que ficará para sempre como recordação para mim e para a minha família. E depois da Taça, onde espero ter outra festa para desfrutar com todos os sportinguistas, pensar no futuro, decidir com a minha família, tenho a certeza de que vou continuar a jogar futebol, sinto que ainda posso desfrutar do futebol.

Os guarda-redes que aparecerem durante este tempo em que não estive, tanto o Franco [Israel], como o [Diogo] Pinto, como o Kiko [Francisco Silva] trabalham todos os dias para defender a camisola do Sporting e acho que estão preparados.

[Jogar na final da Taça] é impossível, a lesão não me permite. Sei que há muito tempo que existem dúvidas porque não demos muitas explicações sobre a lesão, mas a dada altura tive uma pequena recaída que atrasou todo o processo e mesmo que quisesse, e o clube, é impossível. Ainda não consigo chutar a bola com a confiança que merece a camisola do Sporting.

- Luís Neto (jogador do Sporting):

“É um orgulho enorme o meu trajeto aqui no Sporting, algo que eu não imaginei que pudesse ser tão vencedor. O legado e a mentalidade que fica da minha passagem será um bocadinho isso, a crença que eu tive, muito pessoal, e das pessoas que me rodeavam que também acreditavam que ganhar no Sporting é diferente, é especial.

Nós conseguimos atingir muitos objetivos e, mais importante do que isso, o Sporting hoje está preparado para continuar a ganhar. É um clube credível, com uma estrutura muito forte, muitos recursos humanos de enorme qualidade, funciona bem, tem harmonia e empatia com os adeptos. Como disse no meu texto, lado a lado, a força do Sporting é brutal e espero que assim continue porque falta muita coisa para ganhar ainda.

O meu futuro ainda carece de algumas decisões pessoais e familiares. E eu defendo-me com isso porque sinto que ainda me faltam tomar algumas decisões e perceber o que é o meu próximo passo”. 



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