Um golo de Abbas Issah, ao minuto 90+3, permitiu hoje ao Desportivo de Chaves empatar 2-2 com o Vizela, na primeira jornada do Grupo A da Taça da Liga de futebol, quando estava reduzido a 10 jogadores.

Depois do flaviense Luther Singh inaugurar o marcador, aos 33 minutos, os anfitriões empataram aos 35, por Friday Etim, e operaram a reviravolta aos 75, num remate certeiro de Raphael Guzzo, já depois da expulsão de Carlos Ponck, aos 64, mas a equipa treinada por Vítor Campelos ainda ‘resgatou’ um ponto por intermédio do extremo ganês.

Em noite chuvosa, minhotos e transmontanos alternaram os momentos de perigo numa primeira parte em que as defesas concederam mais espaços à medida que o cronómetro avançava, depois de um início ‘amarrado’.

O Vizela ameaçou o golo inaugural em remates de Alejandro Alvarado, aos minutos 12 e 13, mas os flavienses responderam num lance individual de João Mendes, aos 27, e num livre de Euller, aos 29, antes de Luther Singh desfazer o nulo, ao aproveitar um ressalto para se isolar e bater Luiz Felipe com um remate cruzado.

A equipa treinada por Álvaro Pacheco empatou na resposta, com Kévin Zohi a ‘amortecer’ de cabeça após cruzamento da esquerda e Friday Etim a desferir um pontapé acrobático certeiro, em que Paulo Vítor tocou, sem sucesso, na bola.

A formação da casa ganhou ascendente na segunda parte e tentou o golo por duas vezes no mesmo lance ao minuto 56, mas os remates de Nuno Moreira e de Raphael Guzzo ‘esbarraram’ em Carlos Ponck, defesa que viu o cartão vermelho direto aos 64, ao travar Friday Etim, quando o avançado vizelense seguia em posição frontal à baliza.

Em superioridade numérica, o Vizela ameaçou a reviravolta por Samu, ao minuto 70, antes de a concretizar num lance em que Raphael Guzzo intercetou um remate de longe do colega Nuno Moreira, controlou a bola e atirou-a para o fundo das redes.

Os minhotos pareciam ter o jogo controlado, aparecendo mais vezes do que o oponente em situação ofensiva, mas, no penúltimo minuto de compensação, Abbas Issah surgiu isolado e rematou fora do alcance de Luiz Felipe, com a bola a tabelar no poste antes de entrar.

As duas equipas têm um ponto num grupo cuja primeira jornada termina na sexta-feira, com o duelo entre FC Porto e Mafra, agendado para as 20:45.

 

Jogo no Estádio do Futebol Clube de Vizela, em Vizela.

Vizela – Desportivo de Chaves, 2-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

0-1, Luther Singh, 33 minutos.

1-1, Friday Etim, 35.

2-1, Raphael Guzzo, 75.

2-2, Abbas Issah, 90+3.

 

Equipas:

- Vizela: Luiz Felipe, Igor Julião (Tomás Silva, 74), Ivanildo Fernandes, Aidara (Bruno Wilson, 79), Matheus Pereira, Osama Rashid (Raphael Guzzo, 46), Claudemir, Alejandro Alvarado (Samu, 46), Kévin Zohi (Kiko Bondoso, 66), Nuno Moreira e Friday Etim.

(Suplentes: Buntic, Tomás Silva, Bruno Wilson, Raphael Guzzo, Alex Méndez, Samu, Kiko Bondoso, Osmajic e Alexander Schmidt).

Treinador: Álvaro Pacheco.

- Desportivo de Chaves: Paulo Vítor, Habib Sylla, Carlos Ponck, João Queirós, Sandro Cruz, Obiora, João Mendes (Nélson Monte, 71), João Teixeira (Guima, 83), Luther Singh (Jonny Arriba, 63), Euller (Abbas Issah, 71) e Patrick (Jô Batista, 63).

(Suplentes: Gonçalo Pinto, João Correia, Nélson Monte, Abass Issah, Guima, Benny, Juninho, Jonny Arriba e Jô Batista).

Treinador: Vítor Campelos.

 

Árbitro: Carlos Macedo (Associação de Futebol de Braga).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Ivanildo Fernandes (28), Claudemir (42), Guima (84), Habib Sylla (90+2) e Friday Etim (90+2). Cartão vermelho direto para Carlos Ponck (64).

Assistência: 1.490 espetadores.

 

Taça da Liga / Vizela – Desportivo de Chaves (Declarações)

 

Declarações após o Vizela–Desportivo de Chaves (2-2), jogo da primeira jornada do Grupo A da Taça da Liga de futebol, disputado hoje no Estádio do Futebol Clube de Vizela:

 

Álvaro Pacheco (treinador do Vizela):

“O resultado mais justo era a nossa vitória, mas não a conseguimos por culpa própria. Deveríamos ter gerido o jogo de outra forma. Na Taça da Liga lancei o desafio aos jogadores para trabalharem novas dinâmicas. Quero dar ritmo a jogadores sem tantos minutos, permitir a jogadores com o [Friday] Etim adaptarem-se.

A equipa realizou uma segunda parte muito boa, depois de uma primeira equilibrada. Na parte final, não conseguimos ser serenos, controlar o jogo e garantir a vitória. Estamos a trabalhar para estarmos na melhor forma quando o campeonato regressar e conseguir os três pontos.

A culpa própria não se deve só ao facto de não estarmos serenos e tranquilos na parte final. Deveu-se também ao facto de termo tido várias oportunidades para fazer o 3-1 e não termos concretizado. Mas isto faz parte do processo de crescimento da equipa.

Os jogadores nunca podem perder a vontade de se divertirem a fazer o nosso jogo. Quando estivemos felizes no nosso jogo, demos a volta ao resultado. Quando ficámos nervosos, sofremos o empate. O resultado acabou por nos fugir, mas temos de olhar para a frente. Há muita coisa por conseguir.

Tanto o [Osama] Rashid como o Alejandro [Alvarado] não têm tido ritmo de jogo, e o jogo estava muito intenso e rápido [a propósito das saídas ao intervalo]. Não estávamos bem posicionados para a pressão sem bola. Esses dois jogadores não estavam com os ajustes que a equipa necessitava para ter fluidez. O Alejandro está nos sub-23 e trabalha connosco. O Vizela acredita muito nele. A Taça da Liga serve para estes jogadores terem minutos e crescerem em competição. Com o Samu e o Guzzo, jogadores mais identificados com o processo [de jogo], melhorámos na defesa e criámos mais oportunidades. Faltou-nos finalizar”.

 

Vítor Campelos (treinador do Desportivo de Chaves):

“Na primeira parte, entrámos muito bem, marcámos e poderíamos ter marcado mais. Tivemos uma excelente situação em que o Euller poderia ter rematado e decidiu passar. O Vizela acabou por empatar. Na primeira parte, tivemos mais posse de bola e domínio do jogo. Era justo estarmos a vencer ao intervalo.

Na segunda parte, o Vizela entrou melhor e esteve por cima. Falhámos muitos passes. Quando se falha muitos passes, permite-se que o adversário se galvanize. Quando íamos fazer substituições para alterar as coisas, ficámos em inferioridade numérica. Tivemos de reajustar a equipa para, mesmo em inferioridade numérica, termos a baliza nos nossos olhos. Sofremos o 2-1, mas acreditámos sempre que era possível [alcançar pontos] e chegámos, com justiça, ao empate.

Foi importante dar oportunidade a jogadores que têm jogado menos vezes, como o Habib Sylla, o Obiora, o João Queirós e o Patrick. A Taça da Liga serve para isso mesmo, para dar rodagem a jogadores menos utilizados ou que têm estado lesionados.

Esta equipa vem demonstrando, desde a primeira jornada, que é confiante, que gosta de jogar bom futebol. Estamos satisfeitos com os 19 pontos no campeonato à 13.ª jornada. Poderíamos ter mais, mas a equipa está confiante. O empate foi prova da resiliência e do acreditar da equipa. Deu-nos um ponto, o que mantém tudo em aberto para a Taça da Liga”.



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