O Desportivo de Chaves e o Rio Ave, duas equipas em situação aflita na pauta classificativa, empataram hoje 0-0, em jogo da 18.ª jornada da I Liga de futebol, resultado que penaliza mais os flavienses.

Última com apenas 12 pontos e já sem vencer há seis jogos, a formação de Chaves falhou ainda uma excelente oportunidade de somar os três pontos, quando o espanhol Hector Hernandez permitiu que o guarda-redes vila-condense Jhonatan defendesse uma grande penalidade em cima dos 90 minutos, num jogo em que o ponto serve mais às aspirações do Rio Ave, que vinha de uma derrota por 4-1 frente ao Benfica.

O Desportivo de Chaves fecha esta primeira jornada da segunda volta na última posição, com 12 pontos, enquanto o Rio Ave está duas posições acima, no 16.º lugar, em posição de play-off de manutenção, com 16.



I Liga / Desportivo de Chaves – Rio Ave (ficha)

O Desportivo de Chaves e o Rio Ave empataram hoje 0-0, em jogo da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.

Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.

Desportivo de Chaves – Rio Ave, 0-0.

Equipas:

- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, Steven Vitória, Vasco Fernandes, Júnior Pius, João Correia, Kelechi, Raphael Guzzo, Sandro Cruz (Benny, 80), Héctor Hernández, Jô Batista (Sanca, 63) e Rúben Ribeiro.

(Suplentes: Rodrigo Moura, Ygor Nogueira, Cafú Phete, Benny, João Pedro, Paulo Víctor e Sanca).

Treinador: Moreno.

- Rio Ave: Jhonatan, Josué, Pantalon, Miguel Nóbrega, Costinha, João Graça (Joca, 64), Amine, Guga (Tanlongo, 81), Fábio Ronaldo (Hélder Sá, 80), Boateng (Zé Manuel, 72) e Ruiz (Yakubu Aziz, 72).

(Suplentes: Magrão, Patrick, Tanlongo, Vítor Gomes, Ventura, Joca, Hélder Sá, Zé Manuel e Yakubu Aziz).

Treinador: Luís Freire.

Árbitro: Fábio Melo (AF Porto).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para João Graça (29), Boateng (39), Steven Vitória (43), Vasco Fernandes (69) e Miguel Nóbrega (87).

Assistência: 3.236 espetadores.



COMENTÁRIO:

Chaves e Rio Ave empatam em duelo equilibrado do fundo da tabela

O Desportivo de Chaves e o Rio Ave não foram além do ‘nulo’ no duelo entre último e antepenúltimo classificados, da 18.ª jornada da I Liga de futebol, a primeira da segunda volta.

Apesar de ambas as equipas se encontrarem no fundo da tabela classificativa, o empate (0-0) complica, sobretudo as contas da manutenção para os transmontanos, que continuam no último lugar, com 12 pontos, enquanto o Rio Ave está na 16.ª posição, que dá acesso ao play-off de manutenção, com 16.

Luís Freire mudou duas peças no ‘onze’ que defrontou o Benfica (derrota 4-1): Pantalon entrou para o lugar de Aderllan Santos, suspenso, e Leonardo Ruiz entrou na vez do lesionado André Pereira.

Já Moreno operou três mudanças no leque de titulares face ao embate com o líder Sporting (derrota 3-0), regressando à linha de três centrais: o recém-chegado Júnior Pius estreou-se com a camisola do Desportivo de Chaves, substituindo Bruno Rodrigues, e Guzzo também estreou-se como titular, na vez de Morim, enquanto Jô Batista entrou para o lugar de Sanca.

Os transmontanos entraram melhor na partida, com maior domínio e mais aproximações ao último terço do relvado, obrigando os vila-condenses a recuar ao setor defensivo, sobretudo nos primeiros 10 minutos da partida, altura em que João Correia desperdiçou uma oportunidade flagrante, após ficar isolado na área adversária, mas a bola acabou por sobrar para Jhonatan.

Já aos 19, Héctor encheu o pé à entrada da área, mas o remate saiu muito ao lado da baliza do Rio Ave que, apesar da superioridade dos visitados, foi crescendo em campo com uma abordagem agressiva nos duelos, mas sem grande eficácia nas finalizações.

Em cima da meia hora de jogo, Héctor desperdiçou nova oportunidade flagrante para os transmontanos, à ‘boca’ da baliza visitante, após cruzamento de João Correia.

Antes do intervalo, na sequência de canto a favor do Desportivo de Chaves e um primeiro desvio de Jhonatan, a bola sobrou para Raphael Guzzo, mas o remate bem colocado embateu em Leonardo Ruiz.

Os flavienses continuaram pressionantes, novamente por intermédio de Héctor: o ponta de lança 'canarinho' tentou a sorte por duas vezes, primeiro com um remate após cruzamento de Sandro Cruz, defendido magistralmente por Jhonatan e, logo depois, ao tentar a emenda, o esférico acabou por sair pela linha de fundo.

Já na etapa complementar, a primeira oportunidade de golo voltou a surgir do lado dos transmontanos, aos 55, com um cabeceamento de João Correia na pequena área, após cruzamento de Raphael Guzzo, mas a bola passou rente ao segundo poste da baliza vilacondense.

Os visitantes foram ganhando bola no meio-campo, novamente com construção lenta de jogo, registando a primeira oportunidade aos 61, com Boateng a ficar isolado frente a Hugo Souza, mas o avançado ganês estava em posição irregular.

Logo a seguir, também Costinha apareceu sozinho na área transmontana, após cruzamento de Fábio Ronaldo, mas falhou o cabeceamento na ‘cara’ de Hugo Souza, que, pouco depois, esteve em destaque, ao ‘tirar o golo’ dos pés de Joca.

Do lado dos visitados, Héctor voltou a tentar a sorte, primeiro, na sequência de canto, mas o cabeceamento terminou nas mãos de Jhonatan que, pouco depois, voltou a negar o golo ao ponta de lança e também a Sanca, que encheu o pé de fora da área, mas o guardião estava atento e ‘encaixou’ o esférico.

Já na reta final da partida, após analisar as imagens do vídeo-árbitro (VAR), Fábio Melo assinalou grande penalidade a favor do Desportivo de Chaves. O goleador Héctor Hernández foi chamado a cobrar o penálti, mas o guardião rioavista negou o golo ao 'canarinho'. Steven Vitória ainda tentou a ‘emenda’, mas Jhonatan operou uma defesa magistral, garantindo a inviolabilidade das redes visitantes.

 

I Liga / Desportivo de Chaves – Rio Ave

(declarações)


Declarações após o jogo Desportivo de Chaves–Rio Ave (0-0) da 18.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Chaves:


- Moreno (Treinador do Desportivo de Chaves):

“Acabámos por fazer um bom jogo, fomos melhores que o Rio Ave. Não é pelo penálti falhado. Nos últimos minutos, fico com a sensação de que perdemos dois pontos pelo desenrolar daquilo que foram os 90 minutos.

Fomos a equipa que teve mais iniciativa, mais oportunidades, mais qualidade de jogo, sem nunca perder o equilíbrio, porque o Rio Ave também sai com critério, com qualidade. É este o comentário que eu faço ao jogo: perdemos dois pontos, [agora é] recuperar a equipa e preparar o próximo jogo.

Acho que essa pontinha de sorte, que qualquer equipa precisa para competir, é necessária e sinto que não nos está a acompanhar. Agora não sei se no último terço faltou sorte ou se faltou alguma tranquilidade, que era isto que eu tinha pedido, discernimento para tomar boas decisões.

Era importante manter a baliza a zeros, conseguimos, era importante fazer um bom jogo, melhor do que aquilo que temos feito, também o conseguimos, mas eu sou um treinador, um homem muito realista: amanhã, já ninguém se vai lembrar que fomos muito melhores que o Rio Ave, só se vão lembrar que estamos em último e que não ganhámos.

(Contas da manutenção) Percebemos o lugar em que estamos, percebemos que necessitamos muito de pontos, mas essa forma de competir e de estarmos cá, a pensar que cada jogo é uma final, vai fazer com que os nossos atletas tenham, mais vezes, as ações técnicas precipitadas que tiveram hoje, porque os nossos atletas são bons, têm mais qualidade técnica para poder decidir melhor do que aquilo que fizeram hoje”.


- Luís Freire (Treinador do Rio Ave):

“Um jogo disputado com duas equipas que precisam de pontos, uma equipa que joga em casa, como o Chaves, apoiada pelo público, entra bem na tentativa de pressionar alto e condicionar-nos o jogo. Nós a tentar chegar, mas a termos algumas dificuldades no início do jogo, não conseguimos por o nosso jogo em campo, com bola, principalmente, o Chaves conseguiu mais cantos, mais abordagens à área.

A partir dos 20 minutos, acalmámos, um pouco, conseguimos começar a sair com mais critério, chegar mais vezes à frente, um jogo mais equilibrado a partir [daí], e onde nós temos uma grande oportunidade para fazer golo de cabeça.

Na segunda parte, penso que continuámos mais equilibrados, já a perceber melhor onde é que havia os espaços, o Leonardo Ruiz com mais mobilidade, também a conseguir desmontar melhor o Chaves. [Aí] a pressão já não saía tão forte, começámos a ter mais bola, tivemos uma grande oportunidade pelo Costinha, de cabeça, com o Fábio Cruz, se calhar das melhores oportunidades do jogo, tirando o penálti.

Até ao fim, batemo-nos bem, não concedemos muitas oportunidades ao Chaves, tirando a grande penalidade, que escuso de comentar, porque já não interessa falar muito sobre isto, e acabámos com uma grande defesa do nosso guarda-redes, a segurar o ponto que é merecido.

Um ponto é um ponto na nossa caminhada, não sofremos golos, continuamos a pontuar, neste caso, fora de casa, portanto, nesse aspeto, dar os parabéns aos jogadores e agradecer o apoio do público do Rio Ave, muito importante para nós”.


Chaves empata com Rio Ave e complica contas da manutenção


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